Lula disse ainda que conta com Peña para trabalhar por uma América do Sul com mais uniãoRicardo Stuckert
Itaipu
A eleição no país vizinho tem uma especial importância para o Brasil em razão da revisão, neste ano, do Tratado da Usina de Itaipu.
O eleito será o futuro interlocutor do Brasil na revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina, marcada para agosto.
Assinado em 1973, o tratado já previa a amortização das dívidas contraídas pela usina, que acabaram de ser pagas no mês passado, e mudanças nas demandas elétricas dos dois países. Por isso, estabelecia a revisão do texto dentro de 50 anos.
De acordo com o Tratado de Itaipu, toda a energia produzida deve ser dividida entre os dois países. O Paraguai historicamente nunca usou toda a geração a que tem direito, e pelo acordo se vê obrigado a vender o excedente para o Brasil.
Otimismo nas negociações com Lula
Ao jornal "O Estado de S. Paulo", ainda durante a campanha, Peña disse estar otimista sobre o papel da usina para os próximos 50 anos. "Estou otimista para poder negociar isso com Lula. Ele é uma pessoa com experiência e há testemunhas de que quer fortalecer os vínculos entre os dois países", afirmou.
"Até o momento não há uma proposta clara do que será colocado na mesa e isso é lógico, porque, em uma negociação, não se pode antecipar as cartas", disse Daniel Ríos, pesquisador da Faculdade Politécnica da Universidade Nacional de Assunção.
Para ele, apesar de Peña não ter se manifestado, se ele vencer e não negociar melhores condições, a sociedade civil exigirá uma prestação de contas, já que há uma ideia generalizada de que o Paraguai merece receber mais pela energia.
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