A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, comentou sobre as mudanças na estrutura da pasta que é chefe e no Ministério do Meio Ambiente. As pastas foram esvaziadas pela medida provisória que reestrutura os ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Guajajara, o enfraquecimento dos ministérios é uma resposta ao enfrentamento do governo à crise humanitária dos Yanomami.
"Essa reação do Congresso Nacional reúne vários fatores: é sim de cunho político, é uma reação ao governo e ao presidente Lula, porque é uma resposta à efetividade das ações que a gente vem desenvolvendo nos nossos ministérios [...] Com toda essa desintrusão (retirada dos não-originários de área legalmente demarcada como indígena) dos invasores, de madeireiros, de garimpeiros nos territórios indígenas, por todas as ações que a gente vem fazendo em relação a combater essa crise humanitária do povo yanomami e ao destravamento das demarcações", disse Guajajara em entrevista a Globonews no domingo, 28.
Segundo a ministra, os parlamentares são hostis com ela e Marina Silva, chefe da pasta do Meio Ambiente, por serem mulheres e não brancas.
"É uma resposta do Congresso Nacional ao presidente Lula, e é também o combate à participação de mulheres nesses espaços. É também um racismo impregnado, porque racismo não é somente contra pessoas negras, também acontece contra indígenas. É um Congresso que destila todo seu racismo, seu machismo e toda essa raiva contrária ao governo Lula", declarou a ministra dos Povos Indígenas.
MP 1154/23
A edição da MP relacionada à reestruturação do Poder Executivo fixou em 31 o número de ministérios no governo, assim como atribuiu a seis órgãos o status de ministério. Entre todas as pastas que compõem o governo Lula, 19 foram criadas a partir de desmembramentos, duas foram renomeadas, três de fato criadas e outras 13 já existiam.
O deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), na apresentação do seu parecer sobre o texto, informou que acatou 62 das 154 emendas, 37 totalmente e 25 parcialmente, apresentadas pelos parlamentares em relação ao texto original.
Se negada, o governo Lula terá de utilizar a estrutura anterior, a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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