Daniel Barbosa Cid, irmão no tenente-coronel Mauro CidReprodução

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília colocou como novo alvo o irmão do tenente-coronel Mauro Cid, Daniel Barbosa Cid. É esperado que seja quebrado o sigilo bancário, fiscal e telemático, por um suposto financiamento dos atos de depredação da Praça dos Três Poderes.

O requerimento havia sido apresentado na sexta-feira, 7, e foi escrito pelo deputado Duarte Junior (PSB-MA). Entretanto, só foi incluído no sistema na última segunda-feira, 10. Junior faz quatro pedidos contra o irmão do tenente-coronel. Primeiro, a quebra de sigilo telefônico entre os dias 1 de outubro de 2022 a 30 de junho de 2023, com os registros de duração das ligações feitas e recebidas. Em segundo pede a quebra de sigilo fiscal entre o dia 1 de janeiro de 2022 a 30 de junho de 2023, feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Terceiro é a quebra de sigilo fiscal e bancário das transações internacionais feitas e recebidas entre 1 de janeiro de 2019 a 30 de junho de 2023. E por fim a quebra de sigilo fiscal e bancário da conta poupança, de depósitos, contas de investimento e direitos, valores e instituições financeiras.

Os pedidos internacionais se dão por Daniel morar nos Estados Unidos. O deputado sugere que o irmão do tenente-coronel tenha feito os financiamentos através de uma empresa norte-americana, a CleanBrowsing. A quebra é sustentada pelos depósitos internacionais encontrados no celular de Mauro Cid, além dos indícios de um grande patrimônio da família nos Estados Unidos, citando a "mansão avaliada em US$ 1,7 milhão" na qual Daniel moraria no país.

No pedido, Duarte Junior ressalta: "Importante ressaltar que um dos eixos de investigação desta CPMI devem ser a apuração e punição das pessoas que contribuíram como financiadores para que os atos ilícitos e graves contra os poderes da República se concretizassem".
O deputado continua: "Vale lembrar que as manifestações de 8 de Janeiro de 2023 foram impulsionadas pelos manifestantes que, se deslocaram para Brasília, ocupando um acampamento golpista situado em frente ao Quartel General do Exército, com estrutura que dependeu de recursos financeiros, sobre os quais ainda paira necessidade de esclarecimentos sobre a articulação e origem, de modo que o Requerimento é pertinente".

A CPMI do 8 de janeiro recebeu o tenente-coronel Mauro Cid nesta terça-feira. Ele era ajudante de ordem do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e compareceu na posição de investigado, ficando em silêncio durante o depoimento.