Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio, durante declaração à imprensaMarcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 25, que quem ofende autoridades e adversários políticos na rua é "171''. A declaração foi feita durante o programa "Conversa com o Presidente", live semanal no canal do YouTube do chefe do Executivo, quando o petista voltou a comentar sobre o ataque ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em Roma, na Itália.
"Toda vez que você entrar num lugar e alguém te provocar, esse alguém é ‘171'. Pode ter certeza! Se ele for homem ou mulher... Se ele for daqueles grosseiros que vai te xingar, ele é ‘171', pode saber que ele tem processo. Ele cometeu algum erro, algum crime, ele já foi alvo de processo ou ele é estelionatário, qualquer coisa. Um homem sério e uma mulher séria, se tiver em um restaurante, não vão ofender ninguém", disse Lula.
Para o chefe do Executivo, se a prática se tornar normal, os ministros não terão mais sossego. "Se vale a moda desse cidadão que vai xingar o ministro que votou uma coisa que ele não gosta, os ministros não terão mais sossego no Brasil, ou seja, o voto vai ter que ser secreto para que ninguém saiba aquilo que o ministro votou".
No último domingo, 23, durante cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o petista chamou de "canalha" o suspeito de hostilizar Moraes. "Vocês têm que estar preparados porque nós derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos os bolsonaristas ainda. Os malucos estão na rua, ofendendo pessoas, xingando pessoas como aconteceu esses dias com Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, que um canalha não só ofendeu ele, como bateu no filho dele", disse.
Em um outro momento, na última quarta-feira, 19, o presidente comparou os envolvidos no ataque Moraes a "animais selvagens". "Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem ódio. Um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano", disse o petista durante entrevista coletiva concedida em Bruxelas, na Bélgica, após a reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE).