Os presidentes da República, Lula e da Câmara dos Deputados, Arthur LiraJosé Cruz/Agência Brasil
Apesar de não ter batido o martelo sobre quais serão as mudanças ministeriais para incorporar o grupo de Lira à Esplanada, Lula já deu aval aos nomes dos deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) para ingressarem no governo. O presidente deve se reunir na semana que vem com os dois indicados, além do líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), e o próprio Lira. Fufuca também é líder do PP na Casa.
O presidente da Câmara tem reclamado da demora do governo em definir quais serão os ministérios entregues aos partidos, apesar de reconhecer que é atribuição do Executivo a escolha das pastas que serão oferecidas aos partidos.
Além da indefinição sobre quais peças do tabuleiro serão mexidas para acomodar as legendas, o cronograma das mudanças ministeriais também segue incerto. Primeiro, há uma avaliação de que Lula precisa agir com cautela para evitar grandes danos com possíveis insatisfações de membros do próprio partido. Em segundo lugar, o petista quer manter as rédeas da situação para evitar passar a mensagem de que o Centrão tem controle sobre sua agenda.
No entanto, a tramitação de pautas relevantes para o governo na Câmara a partir da semana que vem alerta líderes do partido sobre a necessidade de avançar rapidamente para acomodar o Centrão no governo.
Além da votação do arcabouço fiscal na Câmara e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o governo ainda tem pendente a votação da medida provisória que atualiza os valores da tabela mensal do imposto de renda e taxa os rendimentos no exterior das pessoas físicas residentes no Brasil. A medida tem potencial de arrecadação de R$ 3,25 bilhões em 2023. Para o ano que vem, o valor é próximo de R$ 3,59 bilhões e R$ 6,75 bilhões em 2025, segundo o ministério da Fazenda.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já sinalizou que quer enviar em agosto a proposta de ampliar a taxação sobre os super-ricos, apesar de Lira ter dito que a medida cria riscos para finalizar a reforma tributária no Congresso. A agenda de ampliação de receitas abraçada pelo dirigente da pasta econômica é de interesse do Executivo e requer amplo apoio do Parlamento, especialmente do presidente da Câmara, lembram parlamentares.
Como mostrou hoje a reportagem, o PSD avisou ao governo que quer entrar na negociação de cargos de segundo escalão, após Lula ajustar os espaços do Centrão na reforma ministerial.
Já o União Brasil, depois de ser contemplado com a troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino no Ministério do Turismo, quer a Embratur, hoje presidida pelo petista Marcelo Freixo, e os Correios, órgão comandado por Fabiano Silva, também ligado ao PT O PP, por sua vez, também pleiteou a Funasa e quer indicar a ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI) para substituir Rita Serrano na presidência da Caixa Econômica Federal.
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