Carla Zambelli durente coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 2Lula Marques/ EBC

Diante da operação de busca e apreensão autorizada por Alexandre de Moraes contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o PL, partido dela e do ex-presidente Jair Bolsonaro, já começou a trabalhar com um cenário de possível cassação da parlamentar, que não deverá contar com nenhum esforço em sua defesa.

Zambelli já enfrenta um inquérito na Comissão de Ética da Câmara por ter xingado o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) durante uma audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino. Ela também está sendo processada em duas ações eleitorais que podem levar à inelegibilidade da parlamentar.

Na avaliação do PL, a operação desta quarta-feira, 2, piora a situação já complicada de Carla Zambelli, que vem perdendo apoio de seus colegas desde a eleição de 2022, quando perseguiu um jornalista negro com uma arma em punho na véspera do segundo turno. Na avaliação de Bolsonaro, a atitude de Zambelli tirou votos dele.
A operação da PF também prendeu o hacker Walter Delgatti, por inserir um falso mandado de prisão contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, no sistema informatizado do Conselho Nacional de Justiça. Delgatti admite que foi o responsável pela inclusão do documento a pedido da deputada.

Além disso, o "hacker da Vaza Jato" já negocia uma delação premiada que preocupa bolsonaristas, pois, no ano passado, a deputada levou o hacker ao encontro de Bolsonaro e do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. Na ocasião, Delgatti teria dito que conseguiria invadir os sistemas do TSE para alterar o resultado da eleição.