Operação Lesa Pátria deflagrou a 21ª etapa da investigação dos Atos Golpisas em 8 de janeiroMarcelo Camargo/Agência Brasil

 Brasília - A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta quinta-feira, 17, mais uma etapa da Operação Lesa Pátria para prender 10 investigados por ligação com os atos golpistas que devastaram as dependências do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso no dia 8 de janeiro. Os agentes ainda cumprem 16 mandados de busca e apreensão. As diligências são realizadas em Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, Bahia e no Distrito Federal. Os alvos nesta etapa são suspeitos de financiar e incentivar as depredações. Até o momento, oito pessoas já foram presas.
Em nota, a corporação informou que duas prisões aconteceram no Distrito Federal, duas em Goiás, duas em Santa Catarina, uma na Paraíba e uma no Paraná. 
A 14ª etapa ostensiva da investigação apura crimes de "abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo".
Ainda de acordo com a PF, os alvos da operação são suspeitos de terem fomentado o que a corporação se refere como "Festa da Selma", codinome utilizado para se referir às invasões.
"O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam ainda termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído."
Pelas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou sobre a operação. "Polícia Federal executando hoje mais mandados judiciais relativos às investigações sobre os atos golpistas perpetrados em 8 de janeiro. Justiça necessária para que atuem as funções repressivas e preventivas que o Direito Penal exerce", escreveu.
Alvos da operação
Em Blumenau, Santa Catarina, foi preso o pastor Dirlei Paiz, que ocupa o cargo de coordenador técnico do gabinete do presidente da Câmara de Vereadores, Almir Vieira.
Nas redes sociais, ele fez diversas publicações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas postagens, Dirlei também exibe a sua afeição pelo ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), além da promoção de ideais replicadas pelos extremistas.
Em uma das publicações, ele aparece em fotos ao lado de Jair Renan, filho de Bolsonaro, e com placas pedindo "intervenção federal".
No Distrito Federal, a corporação prendeu Isac Ferreira, que se apresenta nas redes sociais como "gerente" de vendas de uma concessionária de automóveis em Taguatinga, no DF, e vende cursos.

Em pelo menos dois posts na rede social X (Twitter), ainda disponíveis, Isac usa o termo "Festa da Selma" em referência aos atos golpistas.


Já em Goiânia, foi presa a cantora gospel Fernanda Ôliver, que ficou conhecida por cantar em acampamentos bolsonaristas ilegais montados em frente a quartéis-generais do Exército após as eleições.
A cantora ganhou destaque como a "musa" das manifestações golpistas. Ôliver até gravou o "hino das manifestações" e tinha 134 mil seguidores em suas redes sociais. "E por Deus pela pátria , família eu vou lutar /Então eu me levanto / Levo meu povo comigo / Juntos estamos indo / Pra um lugar melhor", diz a música.
Fernanda Ôliver também transmitiu ao vivo pelas redes sociais diversos momentos da invasão ao Congresso Nacional no dia 8 de janeiro.
Na Paraíba, Rodrigo Lima, que se apresenta nas redes sociais como "gestor público" também foi preso. Ele publicou mensagens em redes sociais falando da "Festa da Selma", dias antes dos atos golpistas em Brasília.