'Síndrome de Estocolmo', diz Carlos Bolsonaro sobre aliados com medo de possível prisão do pai
Em tom irônico, o vereador pediu que 'parassem com esse negócio de prisão' e deu a entender que o atual governo estaria forçando narrativa sobre Jair Bolsonaro
Carlos Bolsonaro usou suas redes para falar sobre atual situação de Jair Bolsonaro - AFP
Carlos Bolsonaro usou suas redes para falar sobre atual situação de Jair BolsonaroAFP
Em tom irônico, o vereador pediu aos aliados que "parassem com esse negócio de prisão" e que pareciam estar vivendo em uma "síndrome de Estocolmo". Ele também afirmou que a maneira de ajudar é "desconstruíndo a narrativa" e não "correndo atrás de cliques ou lacrações para se sentir importante" e acabar validando o prazer que o adversário sente ao vê os bolsonaristas em pânico.
No fim, Carlos falou que já "estavam vivendo em uma Venezuela" e duvidou da susposta "indepedência" da Polícia Federal na investigação, dando a entender que o atual governo estaria forçando narrativa sobre Jair Bolsonaro.
"Qualquer cidadão de bom senso fica estarrecido com tom de normalidade que estão dando aos fatos diante de todo o exposto aos olhos dos Brasileiros", escreveu o vereador.
Independência da Polícia Federal e democracia?
Qualquer cidadão de bom senso fica estarrecido com tom de normalidade que estão dando aos fatos diante de todo o exposto aos olhos dos Brasileiros. pic.twitter.com/jzTSl4x8da
O foco principal da investigação recai sobre a apropriação e venda de relógios de luxo, originalmente presenteados ao Brasil. Em junho de 2022, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante a última presidência, teria vendido dois relógios nos Estados Unidos, obtendo um total de US$ 68 mil (quase R$ 347 mil na cotação da época, segundo a PF). Os valores das vendas teriam sido transferidos para a conta do seu pai, o general Cid, em uma conta no exterior.
Uma tentativa de venda de joias de ouro também surge como ponto de interesse nas apurações. Em dezembro de 2022, um kit de joias foi ilegalmente enviado dos Estados Unidos, país para o qual Bolsonaro e sua comitiva viajaram após o término do mandato presidencial. Essas joias chegaram a ser leiloadas nos Estados Unidos, mas não encontraram interessados
Na noite de quinta-feira, 17, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou pedido da Polícia Federal e determinou a quebra do sigilo bancário do ex-presidente e de Michelle Bolsonaro. A ação ocorreu após o advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmar que o cliente vendeu as joias a pedido do ex-presidente.
"Sim, recebi (proposta de benefício). Inclusive, a ideia ali era eu receber um indulto do presidente. Ele havia concedido indulto ao deputado e como eu estava investigado pela (operação) Spoofing, impedido de acessar a internet e trabalhar, eu estava visava esse indulto, que foi oferecido no dia", disse à relatora Eliziane Gama (PSD-MA).
Em outra ocasião, Zambelli teria mediado uma ligação de Delgatti com Bolsonaro. Na conversa, o ex-presidente teria dito que obteve um grampo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas que o hacker precisaria assumir a autoria do crime. "Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro e ele (Bolsonaro) precisava que eu assumisse esse grampo", disse Delgatti.
O hacker explicou que Bolsonaro não pediu que ele grampeasse Moraes, mas que assumisse a autoria do crime que já teria sido cometido. "A informação que eu tenho é que ele já estava grampeado. Já existia o grampo", disse Delgatti. "Segundo ele (Bolsonaro), naquela data, havia um grampo concluído", prosseguiu.
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