O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), depõe nesta quinta-feira, 31, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro, registrados em Brasília. A oitiva começa a partir das 9h.
A sessão já havia sido aprovada em 20 de junho, mas a definição da data foi confirmada pelo presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), na última semana.
Indicado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gonçalves Dias estava à frente do GSI no dia dos ataques aos prédios dos Três Poderes. O general deixou o posto em 19 de abril de 2023, após a divulgação, pela "CNN Brasil", de imagens de câmeras de segurança que mostram que ele estava no interior do Palácio do Planalto durante a invasão em Brasília.
A convocação de Dias foi objeto de aproximadamente 100 requerimentos. No início dos trabalhos da CPMI, a comissão chegou a rejeitar o depoimento do general, mas um acordo viabilizou a aprovação dos pedidos. Entre os parlamentares que solicitaram a participação do ex-ministro na CPMI está o senador Sergio Moro (União-PR), Magno Malta (PL-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF).
Além dos vídeos que mostram o general no Planalto no dia 8 de janeiro, os senadores citam no requerimento a ordem que teria partido de Dias para a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) adulterar os alertas enviados a ele sobre a ameaça dos ataques, no relatório que foi entregue ao Congresso Nacional. O caso foi revelado pela "Folha de S. Paulo".
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O GSI enviou dois relatórios de inteligência ao Congresso após pedido da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI). Segundo os documentos, 11 alertas de mensagens enviadas a G. Dias sobre as ameaças dos atos em Brasília teriam sido suprimidos.
O general já prestou depoimento à CPI da Câmara Legislativa do DF, que também investiga o 8 de janeiro, em 22 de junho. Na ocasião, negou ter sido conivente com os golpistas que invadiram os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Ele também negou ter adulterado os relatórios da Abin sobre o episódio.
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