Jadson e Rosita foram se afenturar pelo Brasil na juventudade, em 1993, e até hoje estão juntosReprodução
Ao O DIA, Jadson Martins, de 50 anos, explicou o contexto por trás de toda a história. Na época, ele e a então namorada e atual esposa, Rosita Boege Martins, de 47 anos, estavam juntos há apenas um ano quando resolveram pegar o carro da mãe dele e seguir juntos pelo país em busca de aventura.
“Minha mãe só descobriu quando voltei, depois de 15 dias. Não contamos a ninguém, tínhamos medo de ligar. Minha mãe ia achar ruim, meus irmãos, a mãe dela também. Assim não poderíamos nos divertir e aproveitar nossa aventura. Na época, minha mãe, meus irmãos, mandaram polícia, tudo, muita confusão que a gente causou, mas ficaram bastante felizes e aliviados quando retornamos”, pontua.
“Daí essa história eu sempre fiquei muito quieto, não espalhei pra ninguém. Contei pra mãe, claro e meus irmãos. Ficaram sabendo, mas eu não ficava contando por aí essa história”, explica. Ele também lembra que o custo de uma máquina fotográfica era muito alto na época, algo que dificultou ainda mais qualquer tentativa de catalogar o passeio Brasil afora.
Na viagem, eles chegaram a visitar alguns pontos turísticos importantes de Santa Catarina, como a Festa do Vinho e o Beto Carreiro. Interessado em conhecer os pomares de maçã de Fraiburgo, Jadson convenceu a namorada a ir até a cidade. O principal problema eram os preços das hospedagens. Ele conta então que entrou em contato com um conhecido e recebeu a indicação do Hotel Fraiburgo.
A história de amor não ficou apenas no passeio. De namorados, logo casaram e formaram uma família ao lado dos dois filhos a 31 anos atrás, praticamente fazendo bodas junto com o cobertor. Entretanto, o furto nunca foi motivo de orgulho para o casal. Envergonhados e com medo de como seriam recepcionados pelo hotel, eles sempre ficaram inseguros sobre devolver o objeto. Até Rosita dar a sugestão de enviar uma carta explicando o que ocorreu. Durante uma nova ida a Fraiburgo, eles decidiram colocar o plano em prática.
“É um sentimento de uma questão de civilidade, né? Uma questão de não é certo, não é correto. Então eu tentei devolver e ainda vou tentar reparar o erro com eles ainda. Vou tentar fazer isso. Se eu encontrar o dono da época do hotel, não sei se ainda está vivo ou não, né? Para pedir perdão pessoalmente para ele”, afirma Jadson.
Para o Hotel Fraiburgo não há mágoas. Em publicação nas redes sociais, o estabelecimento esclarece que “o que se leva dessa vida, é vida que se leva” e que foi uma honra participar da história do casal. Ao O DIA, eles explicaram que não só vão manter o cobertor como uma recordação do momento como criar um espaço especial para ouvir novos contos inspiradores e deixar exposto como um símbolo dessa história. Jadson e Rosita ainda foram convidados para passar uma noite na cidade, contar a aventura e reviver a estadia.
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