Ato foi convocado pelo previdente Luiz Inácio Lula da SilvaPaulo Pinto/Agência Brasil

O Congresso Nacional realiza nesta segunda-feira, 8, uma cerimônia em memória dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ato, marcado para as 15 horas, deve contar com a presença de 500 pessoas, entre autoridades e convidados.
Entre as autoridades participantes, estão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin. Além de governadores e ministros do governo Lula, também são esperadas as presenças dos comandantes das três Forças Armadas.
A participação dos militares é um pedido específico do ministro da Defesa. Para José Múcio, a presença dos chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica passará uma mensagem de compromisso dos militares com a legalidade e com as instituições democráticas.
O evento terá a presença da ex-ministra do STF Rosa Weber, do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Também estarão no Congresso a primeira-dama Janja da Silva e Lu Alckmin, esposa do vice-presidente.
Representantes das organizações da sociedade civil estão na lista de convidados. Uma das participações confirmadas é de Aline Sousa, integrante do Movimento Catadores do Distrito Federal que entregou a faixa presidencial a Lula na cerimônia de posse, sete dias antes dos ataques golpistas na Praça dos Três Poderes.
Veja a programação do ato que marca um ano do 8 de Janeiro:
A previsão é a de que o ato seja aberto com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, cantando o Hino Nacional, às 15 horas. Um vídeo institucional sobre os ataques deve ser exibido na sequência. Em seguida, Lula, Pacheco, Lira e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, devem discursar. Também está previsto um discurso da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), representando os demais chefes de Executivos estaduais.
Para encerrar o ato, as autoridades irão receber simbolicamente uma tapeçaria de autoria do artista plástico Burle Marx, que foi depredada durante a invasão do Congresso e restaurada após os ataques. Também será entregue a réplica da Constituição Federal que foi removida do acervo do STF pelos golpistas e recuperada sem danos pela Polícia Federal (PF).
Governadores de oposição não estarão presentes
O evento no Congresso deve ter a presença esvaziada de governadores de oposição ao governo Lula. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que chegou a ser afastado das suas funções após os ataques de 8 de janeiro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, não irá comparecer ao Congresso pois está de férias. O governo distrital será representado pela vice-governadora, Celina Leão (PP).
O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também desfalcará a bancada de governadores por "recesso das atividades administrativas". O seu vice, Barbosinha (PP) também não comparecerá ao Congresso devido a agendas no interior do Estado.
Quem também não virá a Brasília é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está na Europa. O vice-governador Felicio Ramuth (PSD) também não está no Brasil.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) e Cláudio Castro (PL), correligionário do ex-presidente Jair Bolsonaro, não confirmaram presença. A equipe do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também disse que a ida dele para o evento não havia sido definida.
Já o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), enviou um ofício a Lula agradecendo pelo convite ao evento, mas disse que não poderia participar por conta de "compromissos previamente agendados".
Em contrapartida, os outros dois chefes de Executivo estaduais do PSDB, Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, confirmaram as suas presenças ao Estadão.
Exposição no STF irá mostrar peças danificadas por golpistas
Também será realizado um evento para marcar o primeiro ano dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro no STF, às 14 horas. No térreo da sede da Corte será promovida a exposição "Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia", que estará aberto ao público das 13 às 17 horas.
A exposição irá mostrar cenas da reconstrução da Corte após os ataques e registros do trabalho das equipes responsáveis pela restauração do patrimônio do prédio. Também serão mostradas peças danificadas e fragmentos decorrentes da violência dos golpistas.
Às 14 horas da segunda, os ministros do STF irão se reunir para realizar a abertura da exposição. O ato será liderado por Luís Roberto Barroso. De lá, os magistrados devem seguir para o Congresso para acompanhar o ato no Salão Negro.