A Agência Brasileira de Informações (Abin) teria atuado para produzir provas em favor de filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que eles pudessem usar na defesa de investigações judiciais. A Polícia Federal (PF) suspeita de que a agência foi acionada para defender o senador Flávio Bolsonaro (PL) no caso da suspeita de "rachadinha" no seu gabinete quando deputado estadual. A informação é da jornalista Daniela Lima, da "Globo News". O parlamentar nega.
A Abin, sob o governo Bolsonaro, teria ainda agido para entregar informações sobre adversários políticos do ex-presidente. Ainda segundo o blog de Daniela Lima, a agência teria produzido provas para favorecer o também Jair Renan, filho mais novo do ex-chefe do Executivo.
Na mesma época em que Ramagem estava a frente da agência, o Ministério Público do Rio de Janeiro investigava Flávio Bolsonaro por suspeita de desviar dinheiro de funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa no Rio quando era deputado estadual, entre 2003 e 2018.
Em 2020, o MP denunciou Flávio à Justiça como chefe de uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões (em valores da época). O parlamentar sempre negou as acusações e, 2021, obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de todas as decisões do juiz do caso.
No fim daquele ano, a "Revista Época" revelou documentos que indicavam que a Abin havia sido usada para proteger Flávio no caso.
De acordo com a "Época", nesses documentos a agência especifica a finalidade de "defender FB (Flávio Bolsonaro) no caso Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro)", também sugere a substituição dos "postos", em referência a servidores da Receita Federal e traça uma "manobra tripla" para tentar conseguir os documentos buscados pela defesa do filho de Bolsonaro.
Já Jair Renan, filho mais novo do ex-presidente, é alvo de uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa para livrar empresas de suas obrigações com órgãos públicos e dívidas.
Em nota, Flávio Bolsonaro negou que tenha se beneficiado das ações da Abin, além de afirmar que se trata de "mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro"
"É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", disse.
"Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia", concluiu.
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