Presidente LulaRicardo Stuckert / PR
"Não sabia que a minha volta à Presidência da República e a derrubada do negacionismo neste País ia gerar tanta expectativa em todos os países do mundo", afirmou o presidente. No discurso, Lula defendeu "uma USP em cada estado" do País, referindo-se à criação de mais universidades de excelência pelo território nacional. Segundo o presidente, esse é o objetivo do século 21 para o Brasil. E, para não "jogar fora o século 21, como fizemos com as grandes oportunidades do século 20?, o País deveria aproveitar o atual momento de prestígio internacional.
"Vocês sabem, eu sou tido como um presidente que viaja muito para o exterior. Quero dizer para vocês que, nunca antes na história do Brasil, o Brasil esteve tão respeitado no mundo como está agora. Nunca tinha ouvido tantas expectativas sobre o Brasil", disse Lula. Para ele, o prestígio do País é de polos distintos na ordem mundial, como Estados Unidos, Rússia e China.
Na última reunião ministerial do ano passado, Lula já havia admitido que "viajou demais em 2023”. Na ocasião, o presidente debatia com os ministros os principais temas que afetaram sua popularidade durante o primeiro ano de mandato.
"Eu viajei demais em 2023. Vocês sabiam que eu ia viajar, porque era preciso recuperar a imagem do Brasil e construir uma imagem positiva do Brasil no mundo. O Brasil voltou a ter importância", disse Lula em dezembro de 2023.
Mais viagens no primeiro ano de governo
Lula é o presidente que mais viajou para o exterior no primeiro ano de governo. O recorde, contudo, não foi batido em 2023. Ele fez 27 viagens para outros países no ano passado. O número supera as excursões de Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso nos respectivos anos de estreia e só é inferior aos dos mandatos anteriores do próprio petista, entre 2003 e 2007.
A maratona de viagens havia sido prometida durante a campanha do petista à Presidência, em 2022. As excursões, contudo, não estiveram blindadas de críticas e controvérsias. Em abril de 2023, quando foi à China, Lula levou em sua comitiva o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. O episódio ampliou uma crise com a Frente Parlamentar Agropecuária no Congresso Nacional.
Meses depois, em julho, durante visita a Cabo Verde, o presidente cometeu uma gafe ao expressar "profunda gratidão" ao continente africano pela escravidão no Brasil. "Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país", disse Lula.
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