Ex-presidente Jair Bolsonaro reza com apoiadores em Angra dos Reis Reprodução: redes Sociais
Publicado 11/02/2024 10:00
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou nas suas redes sociais nesta sábado, 10, um vídeo rezando com apoiadores dois dias após se tornar alvo da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que investiga o planejamento de um golpe de Estado por ele e seus apoiadores após a derrota nas eleições de 2022. Na legenda da postagem, feita em sua casa em Angra dos Reis (RJ), o ex-presidente diz que a oração é "pelo Brasil".
Bolsonaro não fala no vídeo, que registra uma apoiadora conduzindo uma oração sobre "momentos difíceis" que o ex-chefe do Executivo estaria passando. Durante a deflagração da operação da PF nesta quinta, 8, o ex-presidente teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o país.
"Nosso presidente está passando por um momento difícil (...) Que os inimigos tenham olhos e não possam vê-los, tenham mãos e não possam tocá-lo, tenham pernas e não possam alcançá-lo", afirma a apoiadora.
Entenda as provas contra Bolsonaro reveladas pela PF
A operação tornou alvos o próprio Bolsonaro e alguns de seus principais aliados, como ex-ministros, ex-assessores e militares de alta patente. As investigações apontam que o ex-presidente teria "redigido e ajustado" uma minuta que previa a decretação de um estado de sítio e motivou a sua cúpula a espalharem desinformações sobre o processo eleitoral.
As suspeitas sobre a autoria de Bolsonaro na minuta surgiram após a PF encontrar conversas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, com o general Marco Antônio Freire Gomes, que era o então comandante do Exército, em dezembro de 2022. De acordo com Cid, Bolsonaro "enxugou" o texto. "Fez um decreto muito mais resumido", afirmou o tenente-coronel. "Algo muito mais direto, objetivo e curto, e limitado."
Com Cid também foi encontrada uma gravação de uma reunião ministerial realizada em junho de 2022 no Palácio do Planalto. Nela, o ex-presidente motivou a equipe a questionar o sistema eleitoral, sugeriu um golpe sem armas e atacou o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota publicada após o início da Tempus Veritatis, a defesa de Bolsonaro afirmou que ele "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam".
Na reunião gravada, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, que também foi alvo da operação e um dos aliados mais próximos do ex-presidente, afirmou que era preciso "virar a mesa" antes das eleições de 2022.
"O problema todo disso é se vazar", afirmou Heleno. "Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições.", afirmou Heleno.
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