Especialista aponta que cuidados devem continuar no outonoDivulgação

O Brasil registrou mais de 2,01 milhões de casos de dengue em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Além disso, foram registrados 682 óbitos por conta da doença, que ainda tem 1.042 mortes em investigação. Com isso, o coeficiente de incidência está em 990,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Dentro desse contexto, há diversos pontos de atenção que devem ser reforçados para a população em relação ao tratamento de águas paradas, inclusive em piscinas.

Para Ronaldo Vieira Rodrigues Junior, gerente técnico da Bauminas Hidroazul, indústria de produtos químicos voltados para o tratamento de água de piscinas, os brasileiros devem redobrar os cuidados que devem ser tomados para evitar a proliferação de mosquitos da dengue em piscinas.

"A limpeza física da piscina deve ser realizada semanalmente. Isso inclui a remoção de folhas, insetos e outras sujeiras visíveis", afirma.

Segundo Ronaldo, também é importante realizar a escovação das paredes e do fundo da piscina para remover sujeiras depositadas que podem se tornar alimentos para as larvas do Aedes Aegypti.
"O acúmulo que fica nas bordas precisa de atenção e pode ser facilmente retirado com o auxílio de um limpa bordas e uma esponja macia".

De acordo com Ronaldo, a filtração também precisa ser realizada semanalmente e os parâmetros mantidos equilibrados. "Durante as estações mais quentes, a atenção deve ser redobrada quanto a cloração, porque, nos dias com sol intenso, o cloro se degrada mais rápido", adverte.

Para o especialista, as opções mais indicadas são o cloro granulado e o uso de pastilhas de cloro em flutuador para manutenção. "O cloro precisa manter o nível entre 1-3 ppm. Quando o pH está na faixa ideal entre 7,4 -7,6, o cloro apresenta maior poder desinfetante na água", explica.

Cuidados com a piscina devem permanecer no outono

Ronaldo destaca que, mesmo com a chegada do outono, o calor permanece em grande parte do país e isso aumenta os casos de doenças como dengue e zika [vírus].

"Essas doenças [dengue e zika vírus] se proliferam em piscinas sem tratamento, que viram criadouros de larvas. O índice de pessoas infectadas por essas doenças têm levado estados a decretarem situação de emergência, já que os hospitais não suportam a demanda", afirma.

Para concluir, o profissional ressalta que até mesmo piscinas com tratamento alternativo precisam do cloro para que esse tratamento seja, de fato, seguro e a água liberada com segurança para os banhistas.
"Cuidando das piscinas, a população controla a proliferação de doenças. Mesmo quando as temperaturas amenizarem, esse cuidado precisa permanecer", ressalta.
Aumento de casos
O primeiro trimestre de 2024 registrou mais casos graves de dengue do que em todo o ano de 2023, quando foram contabilizados pouco mais de 1,6 milhão de casos, conforme dados citados pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel. No ano passado, 1.094 pessoas perderam a vida para a doença no país e outras 218 mortes estão sendo investigadas.