Comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro PaivaVinicius Loures/Câmara dos Deputados
"Aqui, agora, foi ofendido um subordinado meu, o general Dutra. Parece que o general Dutra não tinha comandantes, que ele não cumpria ordens, que ele é o responsável. O general Dutra é um grande oficial. Agora, eu defendo ele porque ele é um grande oficial e cumpriu a ordem. Ele evitou que fosse derramado sangue naquele dia, naquela noite, isso que aconteceu", afirmou Tomás Paiva.
A defesa à Dutra ocorreu em resposta ao deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que avaliou o Exército como "subjugado" do Supremo Tribunal Federal (STF). Van Hattem questionou se Paiva tem "consultas" com o ministro Alexandre de Moraes e se teria acesso privilegiado a processos.
Antes, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) havia afirmado que sentia "vergonha" do general Dutra pelo comando nos ataques golpistas.
Ao responder Van Hattem, Tomás Paiva ainda avaliou que possui "vergonhas diferentes" dos deputados. Segundo ele, o motivo da vergonha é "não cumprir ética militar". "Estou aqui de cara lavada para dizer aos senhores, eu nunca falei uma mentira para minha tropa, meus soldados."
Em dezembro de 2023, o ex-comandante do Planalto, general Dutra, disse à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que as Forças Armadas agiram para dissuadir os golpistas naquele dia. O general avaliou que, diante dos fatos apresentados, não houve inércia ou omissão dos militares.
Em abril do mesmo ano, Dutra foi exonerado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do posto de comandante militar do Planalto. A decisão ocorreu em meio às acusações de que o militar teria sido omisso no combate às invasões do 8 de Janeiro.
O general também depôs, no mesmo mês, à Polícia Federal, assim como outros 80 militares sobre a eventual participação das Forças Armadas nos atos golpistas.
Além do ministro e do comandante do Exército, também compareceram à reunião extraordinária da comissão os comandantes da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno.
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