Bolsonaro quer processar Boulos em R$ 50 milEvaristo Sá/ AFP / Reprodução
Além da indenização em dinheiro, o ex-presidente pede que Boulos se retrate nas redes sociais, com publicações no X (antigo Twitter) e TikTok, que afastem o nome dele ao que chamou de "inescrupuloso caso de assassinato" da vereadora. Procurado pelo Estadão, o deputado ainda não comentou se já foi notificado da ação. O espaço segue aberto para manifestação.
O processo que tramita no Juizado Especial Cível do Distrito Federal cita pelo menos vinte e uma publicações no Twitter em que, segundo Bolsonaro, o deputado o teria apontado como sendo o mandante do crime. A defesa faz um paralelo sobre o direito à liberdade de expressão e argumenta que a responsabilização pelo "uso indevido" do direito deve ser sempre posterior, e nunca "com a exclusão ou bloqueio de contas de redes sociais e outros meios que visam amordaçar" as pessoas.
A ação ainda compara as postagens de Boulos à prática de fake news e cita que o deputado usou a tribuna da Câmara em uma ocasião em que, falando sobre o assassinato da vereadora, citou o nome de Bolsonaro ou de seus familiares dez vezes, dizendo ao final do discurso que, quando algo tem "rabo de porco, focinho de porco, nariz de porco, as suspeitas são inequívocas".
Esta não é a primeira animosidade entre os dois que vai parar na Justiça. Nesta semana, a Justiça de São Paulo determinou que a plataforma X remova uma publicação em até cinco dias que Bolsonaro fez usando a foto do deputado federal com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Relembre o caso Marielle
A vereadora carioca foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. Ela voltava de carro para a sua casa, no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, depois de participar de uma reunião com mulheres negras na Lapa. Marielle tinha 38 anos e estava acompanhada pelo motorista Anderson Gomes, de 39, que também morreu, e pela assessora parlamentar Fernanda Chaves, de 43.
Em 24 de março deste ano, seis anos depois do crime, a Polícia Federal (PF) prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão, suspeitos de serem os mandantes, e o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio e teria atuado para proteger os irmãos.
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