Izabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, foi a vítima do ataqueReprodução

Paraná - Izabelly Aparecida Ferreira Moro, vítima de um ataque com soda cáustica no dia 22 de maio, deixou o hospital nesta segunda-feira (10). A mulher, de 23 anos, contou alguns detalhes sobre o ocorrido em entrevista à RPC.
"Eu só senti a dor, porque atingiu meu olho. Queimava demais, parecia que tava pegando fogo. Eu só sai pedir socorro. Cheguei no hospital e depois do eu não lembro de mais nada", revelou.
Apesar de ter sido vítima de um ataque, Izabelly se mostra aliviada por não ter tido uma sequela no rosto. "A boca foi o que mais atingiu. O cabelo também danificou, era mais longo. Parte dos seios também, bastante. Mas graças a Deus nenhuma sequela no rosto, que é o mais importante".
Segundo Izabelly, ela descobriu mais detalhes sobre o ocorrido ao assistir a um telejornal no Hospital Universitário de Londrina.
"Quando eu acordei (três dias depois), eu não sabia o que estava acontecendo, eu não sabia quem havia feito isso, o motivo, não sabia. Eu demorei pra ficar sabendo porque a família demorou para me contar. Eu fui ficar sabendo depois de uma semana porque eu vi na televisão, passando. A gente não espera. É maldade, uma crueldade", afirmou.
Prisão
A Polícia Militar prendeu Débora Custódio, de 22 anos, suspeita de ter jogado ácido no rosto de Izabelly na sexta-feira (24), dois dias após o ocorrido. O motivo do crime, segundo a delegada Carolinne dos Santos, é ciúmes.
De acordo com o depoimento de Débora, ela queria "dar um susto" em Izabelly, mas não esperava que o ataque tivesse gerado grandes proporções. Débora atualmente se relaciona com o ex-companheiro de Izabelly.
A delegada considerou a situação como um crime premeditado. A vítima garante que não havia feito nada que pudesse provocar o crime.
"Eu nunca dirigi a palavra à ela, nunca fiquei encarando ela. Pra mim é uma pessoa que era invisível. Então eu não sei o que é provocar, porque a partir do momento que você não dirige a palavra à outra pessoa, que você não olha, não tem como se sentir provocada".
O ataque
Izabelly estava caminhando para a academia como fazia diariamente. Débora conhecia o percurso e também o horário desta caminhada. Cerca de duas semanas depois de comprar a soda cáustica, Débora atravessou a rua após avistas Izabelly e lançou o material.
Após ser atingida, Izabelly correu e pediu por ajuda na rua, até ser levada de carro ao hospital pelo barbeiro Décio Silva. "Ela não conseguia falar nada. Não a conheço, mas espero que ela se recupere. Se Deus quiser, ela vai sair dessa", disse, em entrevista ao "g1". Um vídeo mostra o momento em que ela pede socorro.
Uma sacola preta e um copo, ambos molhados, foram encontrados perto do local do ataque por uma testemunha. O material foi recolhido e será encaminhado para análise da Polícia Civil.