Músico, de 88 anos, integrava o Trio MocotóReprodução/redes sociais

O cantor e instrumentista Marco Antonio Gonçalves dos Santos, popularmente conhecido como Skowa, morreu nesta quinta-feira, 13, após sofrer uma parada cardíaca e ficar uma semana internado em um hospital de Botucatu, São Paulo. O músico, de 88 anos, integrava o Trio Mocotó e as bandas Skowa e Máfia. Ele deixa um filho.
"Perdi um amigo. Perdemos. Fica mais triste sem você, Skowa. Obrigada amigo. E que artista vibrante. Ensinando tanto sempre", lamentou a atriz Marisa Orth, que fez parte do grupo Luni, outro sucesso da década de 1980, assim como o Mulheres Negras e outras bandas que faziam parte de um movimento artístico jovem e efervescente.
"Nossos encontros eram festivos e bem humorados. Que descanse em paz e agite no paraíso", desejou o músico e podcaster Luiz Thunderbird.
"Maior respeito pelo amigo querido e grande artista de coração gigante. Certeza que onde ele estiver só deve ter amor, som e luz. Puxa vida, Skowa, aqui ficou mais besta", lamentou Taciana Barros, ex-Gang 90 e Absurdettes.
"Me ensinou a escutar música sem equalizar, me chamou para escutar os arranjos de metal que estava fazendo para o 'Skowa' e a 'Máfia', me convidou para colocar uma guitarra na música 'Zumbi'. Fica uma história de amizade, música e amor", finalizou o cantor e compositor André Abujamra.
Trajetória
Nascido na Vila Mariana, em São Paulo, Skowa cresceu na casa de uma madrinha no Jardim Europa. Era uma casa musical, a madrinha era pianista e estudava música erudita.
Aos 15 anos, em 1970, Skowa criou sua primeira banda, onde tocava violão e cantava. A carreira profissional começou em 1975. Dois anos depois, integrou o Clube do Choro.
No mesmo ano, montou uma banda de salsa, o grupo Sossega Leão, e colaborou com o Premeditando o Breque. Entre 1980 e 1981, trabalhou com Itamar Assumpção e com a Gang 90 e as Absurdettes.

Dois anos depois, passou a estar à frente de dois programas na Rádio USP: Rapazes da Banda, com entrevistas, e o Caribe 38. Além de cantar, Skowa dedicou sua vida às artes dramáticas, no teatro e no cinema, participou de longas e curta-metragens.
Ele também liderou a Skowa e a Máfia entre 1987 e 1991, com o grupo produziu dois álbuns. "Foi a minha primeira verdadeira cria, em todos os sentidos", afirmou ao Museu da Pessoa sobre a banda paulistana com influência da black music, som caribenho e samba.
Ao término da equipe, o cantor criou o Grêmio Recreativo Amigos do Samba, Rock, Funk & Soul, onde pode colaborar com Jorge Ben Jor, em músicas como "Engenho de Dentro", "Bebete, Vamos Embora" e "Princesa".
Em 2002, integrou o Trio Mocotó, banda histórica de samba-rock. Entrou no lugar de Fritz "Escovão" para compor o trio ao lado de João Parahyba e Nereu Gargalo.

O grupo fez sua última apresentação, com essa formação, no Festival Sesc de Cultura Negra, no Sesc 24 de maio, no centro de São Paulo.

"A diversidade tem que ser prática, tem que existir em todos os sentidos. É bom que essas discussões deixaram de ser discussões de nicho e passaram a ser uma discussão geral", afirmou Skowa na ocasião ao falar sobre o tema do festival.