Rio - Diversos famosos se manifestaram nas redes sociais, nesta quinta-feira (13), contra o projeto de lei que equipara o aborto realizado após 22 semanas a homicídio. Caso seja aprovado, a mulher que realizar o procedimento poderá ser condenada de 6 a 20 anos de reclusão. No entanto, o crime de estupro tem penalidade de 6 a 10 anos.
A cantora Daniela Mercury utilizou o Instagram para se manifestar. "O PL do estuprador é cruel, bárbaro e inaceitável. Nos mostra quantos deputados desumanos e machistas foram eleitos para o Congresso Brasileiro nas últimas eleições.", iniciou a artista. "O Projeto de Lei é uma violência contra nossas crianças, adolescentes e todas as mulheres brasileiras! E mesmo com tanta violência que as mulheres já sofrem, os deputados estão discutindo como 'punir' ainda mais as crianças, adolescentes e mulheres brasileiras com esse Projeto de Lei que prevê mais tempo de prisão para vítimas de estupro do que para os próprios estupradores.", escreveu.
A atriz Nanda Costa compartilhou um vídeo onde aparece segurando uma série de cartazes contra o Projeto de Lei. "Estupro não é formação de família", dizia um deles. "NÃO ao PL da gravidez Infantil!", escreveu na legenda da publicação.
O comediante Paulo Vieira também se pronunciou sobre o assunto. "A vida de uma mulher ou de uma criança não vale menos que a vida de um estuprador/pedófilo. É um absurdo!", disparou o ator.
A jornalista Ana Paula Padrão usou as redes para expor alguns dados. "O Brasil é um país no qual 75 mil mulheres são estupradas por ano. A maioria é de crianças. A maioria dentro de casa, por um parente próximo. Dados oficiais.", iniciou a comunicadora. "Esse é um contexto que dificulta denúncias e procedimentos ágeis de apoio à vítima. Delegacias da mulher, a justiça e os hospitais não facilitam o cumprimento da lei que permite a interrupção da gravidez nesses casos. O tempo passa e, se o PL 1904 for aprovado, essas meninas serão consideradas homicidas. O Brasil não é um país que comporte esse tipo de medida de combate ao aborto", concluiu Ana Paula.
Paolla Oliveira se mobilizou na campanha através de uma publicação no Instagram. "Como mulher, fico estarrecida vendo homens decidindo sobre nossos corpos, nossa liberdade, nossos direitos. Quando uma criança vítima de estupro engravidar e optar por interromper a gravidez, o PL 1904 da Gravidez Infantil, pode prendê-la por até 20 anos! O aborto legal se torna crime pior do que o estupro. Isso é absurdo!", disse a atriz.
Outra atriz que se manifestou foi Luana Piovani. Ela compartilhou uma série de stories com informações sobre o tema. Ela também argumentou que o Projeto de Lei levará à criminalização da interrupção de "gravidez fruto de violência", principalmente no caso de crianças, quando é mais difícil reconhecer a gestação.
A cantora Teresa Cristina publicou um vídeo em suas redes sociais. "A Câmara pode aprovar, a qualquer momento, o projeto nefasto que quer restringir ainda mais o direito ao aborto no Brasil. Se aprovado, crianças vítimas de abuso podem perder o direito ao aborto legal, caso a gestação tenha mais de 22 semanas. Nos casos de violência sexual infantil é mais difícil identificar a gravidez, por isso a demora no reconhecimento." alertou a compositora. "Pressione Arthur Lira e as lideranças da Câmara para que não coloquem em pauta", mobilizou a sambista.
A atriz Samara Felippo também usou as redes sociais para falar sobre o Projeto de Lei. "Estamos falando de crianças que viram mães através de um estupro. É muito absurdo! E deixar isso passar é de uma crueldade tão bisonha", declarou a artista.
A reação aconteceu após a aprovação de urgência do Projeto de Lei 1904/24 na Câmara dos Deputados, na quarta (12). O texto equipara o crime de homicídio ao aborto realizado após 22 semanas de gestação e com viabilidade do feto, mesmo quando a mulher grávida tenha sido vítima de estupro.
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