Palácio do Congresso Nacional na Esplanada dos Ministérios em BrasíliaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Brasília - A Câmara dos Deputados e o Senado decretaram a realização de sessões remotas na próxima semana, em razão das festas juninas. Trata-se de mais uma liberação que parlamentares terão neste ano. A expectativa é de que as duas Casas votem pautas de consenso, sem nenhuma matéria polêmica em discussão.
O breve recesso é costumeiramente cedido a parlamentares nordestinos para que eles possam voltar a suas bases e participar das celebrações, que são uma das mais relevantes na região ao longo do ano.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi o primeiro a garantir a realização de sessões remotas. Como mostrou a Coluna do Estadão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), resistiu a ampliar o benefício a todos os parlamentares, mas acabou cedendo depois da decisão do Senado.
Nos bastidores, mesmo deputados que não são nordestinos disseram para Lira que há quermesses nos Estados deles. Tanto no Senado quanto na Câmara, a maior parte dos líderes partidários é da Região Nordeste.
Com essa folga semanal, congressistas só terão mais três semanas de atuação, já que o recesso começará no dia 18 de julho. A expectativa é de que depois desse período o Legislativo tenha pouca atividade, em razão das eleições municipais. Como mostrou o Estadão, neste ano, especialmente a Câmara vem realizando menos sessões deliberativas nas quintas-feiras e concedendo mais semanas de folga.
Única sessão
Isso aconteceu em fevereiro, quando a Casa só teve sessão deliberativa em apenas um dia, e duas vezes em abril, quando os deputados, primeiro, foram liberados de suas funções em Brasília para tratarem de questões envolvendo o fechamento do prazo de filiação partidária, e, depois, puderam permanecer por mais uma semana em seus Estados no fim do mês, em razão do feriado do 1.º de Maio, que caiu numa quarta-feira.
Cláudio André, cientista político da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), afirmou que as emendas parlamentares, turbinadas pelo Congresso, deram um novo peso ao papel político dos deputados nas festividades.
"As emendas parlamentares se tornaram o principal ativo dos políticos, na relação com os prefeitos. O São João é o momento de os deputados aparecerem para o público, reforçarem a relação com os prefeitos. É o carnaval do sertanejo."