O governo do Rio Grande do Sul vai inaugurar nesta quinta-feira, 4, a primeira "cidade provisória" em Canoas, na Região Metropolitana. O Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) foi criado para receber as famílias desabrigadas pelos temporais que atingiram o estado e deixaram pelo menos 180 mortos.
O espaço, nomeado "Recomeço", possui 126 unidades habitacionais e tem capacidade para acolher cerca de 630 pessoas. A área total do centro é de 30 mil metros quadrados, já cada casa tem 17 metros quadrados e pode receber até cinco pessoas.
Segundo o governo, cada unidade está equipada com beliches, cama de casal e berços, conforme a necessidade de cada família.
A estrutura do local também conta com banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, posto médico, policiamento 24h, ambientes multiuso e espaços para crianças e para animais de estimação. Tem, ainda, serviços de água, saneamento, energia elétrica e Wi-Fi gratuito.
fotogaleria
"Também haverá assistência médica e social e atividades de integração. Além disso, as crianças receberão apoio psicológico e acompanhamento por psicopedagogos e pediatras especializados em desenvolvimento infantil", afirma a gestão estadual.
O refeitório tem capacidade para 450 pessoas. A alimentação será fornecida por uma empresa contratada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Serão oferecidas três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar.
No início, as famílias entrarão de maneira gradativa, já a partir do primeiro dia. Os primeiros 500 acolhidos, que também incluirão mães solo e homens solteiros, chegarão até 10 de julho. Sua lotação total, com 630 pessoas, deve estar completa até 15 deste mês. "Esse processo gradativo permite um acolhimento mais próximo e atento da população, aponta.
Critérios adotados para adesão das primeiras famílias
- Se a família é monoparental (se possui filhos e apenas um dos pais); - Se há idosos na família; - Se há pessoas com deficiência (PcD); - Se há gestantes na família; - Se há pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) na família; - Número de membros da família; - Especificidades de cada família, a fim de assegurar o acolhimento adequado às mais vulneráveis.
A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro. As unidades habitacionais foram cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
De acordo com o governo do RS, a estrutura foi montada com "sistema octanorm (tubos de alumínio com oito lados) e placas de TS (material compacto e estável)".
O evento de abertura desta quinta está marcado para às 9h e contará com a presença do governador, Eduardo Leite (PSDB), e do vice-governador e coordenador do projeto, Gabriel Souza (MDB). Também participarão da cerimônia secretários de Estado, o prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), e representantes das entidades parceiras e das empresas doadoras.
Além desta inauguração, o governo do Sul já tem programadas outras duas inaugurações de centros de acolhimento: no dia 10 de julho será inaugurada uma "cidade provisória" em Porto Alegre e, na semana seguinte, Canoas recebe mais um centro humanitário.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.