Lula e Keir Starmer, o líder do Partido Trabalhista Britânico e novo prêmie do Reino UnidoDivulgação/Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou nesta sexta-feira, 5, o novo primeiro-ministro eleito do Reino Unido pelo Partido Trabalhista, Keir Starmer. Pelas redes sociais, o chefe do Executivo desejou um ótimo mandato ao premiê e afirmou que o país pode contar com o Brasil para o "fortalecimento dos laços diplomáticos, o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da democracia".
"Quero saudar @Keir_Starmer, novo primeiro-ministro eleito do Reino Unido pelo Partido Trabalhista. Desejo um ótimo mandato. Conte com o Brasil para o fortalecimento dos laços diplomáticos entre nossos países, o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da democracia", escreveu no X (antigo Twitter).
O político foi oficialmente nomeado primeiro-ministro pelo rei Charles III durante a manhã no Palácio de Buckingham.

Acompanhado da esposa Victoria, o ex-advogado de direitos humanos, de 61 anos, que entrou na política há apenas nove anos, foi recebido durante cerca de meia hora na residência oficial e principal local de trabalho do monarca do Reino Unido em Londres.
Starmer e os Trabalhistas conquistaram 412 das 650 cadeiras da Câmara dos Comuns, segundo os últimos resultados de sexta-feira, muito acima do limite de 326 para obter a maioria absoluta na Câmara dos Comuns e poder governar sem a necessidade de coalizões.

Os conservadores do agora ex-primeiro-ministro Rishi Sunak, de 44 anos, obtiveram 121 cadeiras frente às 365 de cinco anos atrás com Boris Johnson. Esse é o número mais baixo desde a fundação do partido, em 1834.

"Os eleitores se expressaram e estão prontos para a mudança, para pôr um fim à política de espetáculo e voltar à política como um serviço à cidadania", declarou o líder trabalhista Starmer em um discurso após sua reeleição como deputado em sua circunscrição do norte de Londres.

"Hoje iniciamos um novo capítulo, iniciamos este esforço de mudança, essa missão de renovação nacional, e começamos a reconstruir o nosso país", acrescentou o líder trabalhista, que dará seus primeiros passos no cenário internacional em uma cúpula da Otan na semana que vem em Washington.

Após a derrota dos conservadores, Sunak anunciou sua renúncia como chefe da formação. "Após esse resultado, deixarei o cargo de líder do partido, não imediatamente, mas assim que tudo estiver pronto para nomear meu sucessor", disse ele ao deixar Downing Street e antes de apresentar a sua renúncia como primeiro-ministro ao rei Charles III.
Sunak deixa o cargo menos de dois anos depois de ter sido nomeado primeiro-ministro, em outubro de 2022, quando assumiu após um desastroso mandato a nível econômico, de apenas 44 dias, de Truss, que havia substituído Boris Johnson, envolvido no escândalo das festas em sua residência oficial durante a pandemia de covid-19.

O Partido Conservador, com lutas internas e afundado em uma profunda crise, estava no poder desde maio de 2010, primeiro com David Cameron como primeiro-ministro, seguido por Theresa May e depois Johnson.

O Brexit, em 2020, o covid, o aumento do custo de vida e um criticado funcionamento do serviço de saúde acabaram cobrando o preço dos conservadores.

Após as repetidas acusações de Sunak de que uma vitória trabalhista "se traduziria em impostos maiores para uma geração", Starmer buscou tranquilizar os eleitores insistindo que apenas subirá os impostos para certos contribuintes, entre eles escolas particulares e empresas do setor de hidrocarbonetos, mas não para os trabalhadores.

Starmer também anunciou que abandonará o projeto conservador de enviar aviões para Ruanda com imigrantes irregulares para combater a chegada em massa de pessoas atravessando o Canal da Mancha, que separa a Inglaterra da França.