Maduro acena para apoiadores após vitóriaJuan Barreto/AFP
A divulgação do resultado das eleições, feita pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo governo Maduro, se deu sem que as atas de votação sejam divulgadas e com observadores eleitorais sendo barrados. A postura gerou fortes repercussões internacionais e protestos nas ruas de Caracas e em várias outras regiões do país, sobretudo após pesquisas indicarem ampla vitória da oposição. Apesar disso, o PT chamou o processo de "uma jornada pacífica, democrática e soberana".
Enquanto isso, o governo brasileiro tem adotado postura pouco crítica ao governo Maduro após a divulgação dos resultados. Enquanto países como Estados Unidos, Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai reagiram fortemente e rapidamente, o Brasil adotou postura mais amena.
Nesta segunda-feira, 29, o Itamaraty cobrou a divulgação das atas eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. Segundo o governo brasileiro, a publicização dos dados é "indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito". Diferentemente da sigla, o Planalto evitou reconhecer Maduro como "presidente reeleito", embora sem fazer críticas diretas ao ditador, como fizeram outros países.
Como revelou a Coluna do Estadão, diplomatas brasileiros, ao lado de representantes do governo colombiano e mexicano, articulam uma declaração conjunta cobrando a divulgação das atas eleitorais. Apenas com a análise dos documentos, o governo Lula vai decidir se vai reconhecer ou não a reeleição de Maduro.
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