Tragédia com voo da Voepass provocou a morte de 62 pessoasAFP
Cenipa diz que tripulação e piloto relataram problemas no sistema antigelo de aeronave da Voepass
Entidade aeronáutica e FAB divulgaram relatórios sobre as causas do acidente
A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgaram informações e relatórios detalhados sobre o que já se sabe das investigações da queda do voo da Voepass em Vinhedo, São Paulo. O acidente, ocorrido no dia 8 de agosto, deixou 62 mortos.
A análise das comunicações gravadas pela caixa-preta (gravadores de voz da cabine), recuperada intacta, revelou que os tripulantes do voo comentaram sobre uma falha no sistema que protege a aeronave contra acúmulos de gelo. Gravações também mostraram que esse sistema foi ligado e desligado por diversas vezes.
Cenipa afirmou que os pilotos do avião já haviam comentado sobre problema no sistema logo no início do voo. Além disso, informou que o piloto pediu à torre de aproximação de São Paulo para reduzir a altitude do avião, possivelmente uma tentativa de diminuir o acúmulo de gelo. No entanto, não foi relatado por ele nenhum tipo de emergência em seu pedido, que foi negado inicialmente por conta do risco de encontro com outra aeronave que seguia rota convergente.
Brigadeiro Moreno, chefe do Cenipa, afirmou em coletiva que as falas dos tripulantes sobre falhas no sistema antigelo das asas não significam, necessariamente, que o sistema falhou. A investigação ainda deve aprofundar nesse item para entender se houve uma falha.
O Investigador-Encarregado da Comissão de Investigação, Tenente-Coronel Aviador Paulo Mendes Fróes, ressaltou que “não existe um fator único para um acidente, mas diversos fatores contribuintes. A perda de controle da aeronave ocorreu durante o voo sob condições favoráveis à formação de gelo, mas não houve declaração de emergência ou reporte de condições meteorológicas adversas”.
Dados atmosféricos identificaram que havia muita umidade no ar combinada com temperatura abaixo de 0°C, o que favoreceu a ocorrência de Formação de Gelo em Aeronave (FGA) severa durante todo o trajeto.
Segundo relatório da FAB, o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20 (horário de Brasília). No entanto, a partir das 13h21, a aeronave deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo. A queda do avião ocorreu às 13h22.
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