Starlink pertence ao bilionário Elon Musk e atua na área de internet via satélite no BrasilReprodução
Onde foi publicado: Instagram e Telegram.
Conclusão do Comprova: A Starlink, projeto de satélites da SpaceX, de Elon Musk, não é responsável por todos os satélites do Brasil, diferentemente do que afirma post. O portal de dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informa que atualmente há 52 satélites em operação comercial no país. Desses, apenas um é operado pela SpaceX, empresa da qual a Starlink faz parte.
"As operadoras associadas à Conexis prestam os serviços de internet e telefonia por meio de frequências licitadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)", disse em nota a entidade, antes conhecida como Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular.
Vinculada à Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), a Conexis explicou ainda que, para a oferta de internet, as operadoras usam suas próprias infraestruturas.
"Por exemplo, as frequências adquiridas em leilões da Anatel na rede móvel, complementada por rede terrestre, com fibra e cobre, incluindo o atendimento de banda larga fixa. De forma pontual, em algumas áreas remotas, as empresas podem utilizar serviços de satélite de terceiros, de diferentes empresas que oferecem esses serviços". A Starlink está entre as terceirizadas, segundo a Conexis.
Ou seja, os serviços de internet no país não dependem apenas dos satélites da Starlink. A Claro é de propriedade do grupo mexicano América Móvil, enquanto a TIM é controlada pela Telecom Italia Finance. O que ocorre, conforme dados da Anatel, é que a Starlink é a principal operadora de internet via satélite no país, com cerca de 46% da cobertura. No entanto, no Brasil, este tipo de conexão não chega a 1% do total de assinantes de banda larga.
A reportagem não encontrou qualquer tipo de informação sobre a suposta sugestão do Congresso americano a Elon Musk para suspender os satélites no Brasil em resposta ao bloqueio do X, como comentou na entrevista Luciano Cesa, que é criador de conteúdo e foi candidato a vereador em Caxias do Sul nas eleições de 2020 e candidato a deputado federal pelo Rio Grande do Sul em 2022 pelo Patriota. Ele não foi eleito em nenhuma das disputas.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 24 de setembro, o vídeo teve mais de 46 mil visualizações no Instagram e 2,5 mil visualizações no Telegram.
Fontes que consultamos: O Comprova contatou a Claro e a Vivo e teve retorno da Conexis, que assessora as operadoras de telefonia. A checagem também procurou a Anatel e consultou o site da agência.
Capacidade da Starlink no Brasil
Para comparação, no ranking geral de internet banda larga da agência, a Claro aparece em primeiro lugar, com 20,4% de participação no mercado (10,1 milhões de acessos) durante o mesmo período. Já a Vivo, que ocupa o segundo lugar no ranking, deteve uma fatia de 14,2% (7 milhões de acessos).
Outras checagens sobre o tema: Esse é mais um post com informação falsa sobre a suspensão do X no Brasil, que está prestes a completar um mês. Neste período circulou que o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a conexão da Starlink e Aos Fatos apurou que era informação falsa. Também foi compartilhada publicação com a alegação de que o Brasil iria sofrer retaliação de Elon Musk com “apagão” da internet, o que foi desmentido pelo Estadão Verifica. O Comprova desmentiu recentemente que a plataforma X teria voltado após pagamento de multa.
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