Texto fala da criação de um plano com medidas individualizadas de acesso ao currículo para estudantes autistasReprodução
Conselho aprova diretriz para educação de autistas
Texto antigo não foi homologado pelo ministro da Educação Camilo Santana e levou a fortes movimentos - contrários e a favor - de famílias e especialistas
São Paulo - Após quase um ano de polêmicas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma nova versão do chamado parecer 50, sobre educação de alunos com transtorno do espectro autista (TEA). O texto antigo, aprovado no fim de 2023, não foi homologado pelo ministro da Educação Camilo Santana e levou a fortes movimentos - contrários e a favor - de famílias e especialistas.
Em acordo costurado com o Ministério da Educação (MEC), o texto foi reduzido de 69 para 22 páginas e redigido novamente para retirada de trechos que "criavam tensão", como disse o conselheiro Paulo Fossatti, presidente da comissão que elaborou o novo parecer, durante a sessão no CNE da semana passada. Uma dessas questões era a recomendação de acompanhante especializado para alunos autistas, que os ajudaria inclusive em atividades pedagógicas. O texto aprovado cita agora só profissionais de apoio, já previstos em lei e que devem ser contratados pelas escolas.
Por outro lado, seguiu no texto a exigência de os alunos com TEA terem um Plano de Educação Individualizado. O parecer sugere uma lista de perguntas que as escolas devem fazer em "estudo de caso" analisando, por exemplo, se o aluno gosta de estudar e sua interação na escola. E fala da criação de um plano com "medidas individualizadas de acesso ao currículo para estudantes autistas". O parecer deixa claro que o estudo de caso ou o auxílio do profissional de apoio não deve estar condicionado à existência de laudo médico do aluno. E ainda ressalta que é crime não só a negativa de matrícula de alunos com TEA, mas a cobrança de valores adicionais e "a procrastinação no processo, manifestada muitas vezes por meio de exigências como entrevistas, testes, avaliações e documentos extras".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.