Dalton Trevisan, um dos escritores mais importantes do país, morreu nesta segunda-feira (9), aos 99 anos. A causa, no entanto, não foi divulgada.
A família do autor comunicou o falecimento nas redes sociais. "(...) Ao longo de sete décadas, Dalton produziu alguns dos mais belos livros de toda a literatura mundial. Foi publicado em inúmeros idiomas e muitas vezes premiado. Sobretudo, foi o escritor que para incontáveis leitores traduziu algo da graça e da dor de se estar vivo. A Curitiba dele viverá sempre em seus livros. É com pesar que oferecemos nossos sentimentos aos amigos, familiares e leitores", dizia a publicação.
Avesso à entrevistas e participações em eventos, escreveu livros como "O Vampiro de Curitiba", "A Polaquinha" e "Cemitério de Elefantes". Algumas de suas obras foram traduzidas no exterior.
Em 2012, Trevisan recebeu o Prêmio Camões, que celebra escritores da língua portuguesa. No mesmo ano, ganhou Prêmio Machado de Assis, concebido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
A Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, além de lamentar a morte do escritor, ressaltou a forma diferente como ele falava de Curitiba em suas obras.
"A Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC) manifesta profundo pesar pelo falecimento de Dalton Trevisan, um dos maiores nomes da literatura brasileira e ícone cultural de Curitiba. Mestre do conto, desvendou como poucos as complexidades humanas e as angústias cotidianas da vida urbana. Dalton retratou com crueza a solidão, os dilemas morais e as contradições da classe média, com um olhar atento para os excluídos e marginalizados.
O Vampiro de Curitiba criou uma obra enraizada na capital paranaense, elevando suas ruas e seus bairros a verdadeiros personagens. Livros como 'O Vampiro de Curitiba', 'A Polaquinha' e 'Cemitério de Elefantes' revelam uma Curitiba sombria, mas também lírica, onde a banalidade do cotidiano convive com dramas intensos.
Sua reclusão pública contrastava com a vivacidade de sua escrita, que permanece como um marco da literatura brasileira contemporânea. Dalton deixa um legado de rigor literário, criatividade e uma visão aguda e implacável sobre o ser humano.
Neste momento de luto, a SEEC presta solidariedade aos familiares, amigos e admiradores. Que sua obra continue a inspirar muitas gerações de leitores e escritores. Todo vampiro é imortal".
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