Rubens PaivaReprodução

A certidão de óbito do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva foi corrigida nesta quinta-feira (23), pelo Cartório da Sé, em São Paulo. A nova versão do documento registra que ele desapareceu em 1971 e foi vítima de uma morte violenta causada pelo Estado brasileiro. Na versão anterior, emitida em 1996 após uma longa batalha judicial liderada pela esposa de Rubens Paiva, Eunice Paiva, o documento declarava apenas o desaparecimento do engenheiro em 1971.

O assassinato de Rubens Paiva pela ditadura militar e a trajetória de Eunice, que de dona de casa se tornou  uma das maiores ativistas dos direitos humanos no Brasil, inspiraram o filme "Ainda Estou Aqui". A obra recebeu, também nesta quinta-feira, indicações ao Oscar em três categorias: melhor filme, melhor atriz e melhor filme internacional.
A retificação faz parte de um esforço nacional para corrigir registros históricos. A resolução do CNJ, aprovada por unanimidade em 13 de dezembro do ano passado, determina que as certidões de óbito de 202 pessoas mortas durante a ditadura sejam ajustadas. Além disso, os 232 desaparecidos políticos durante o regime militar terão finalmente o direito a um atestado de óbito.