Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende solicitar novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de seu passaporte para viajar aos Estados Unidos. Em entrevista à agência Bloomberg, ele afirmou que deseja participar da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), evento que reúne líderes da direita global e está previsto para fevereiro, em Washington.
Bolsonaro já havia tentado viajar aos EUA para a posse de Donald Trump, mas teve o pedido negado. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes considerou que não havia interesse público na viagem e manteve a retenção do passaporte, determinada no início de fevereiro do ano passado. A apreensão do documento ocorreu pouco antes da edição de 2024 do CPAC nos Estados Unidos, da qual Bolsonaro também não participou. Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), representou a família no evento e afirmou que eles eram alvo de perseguição por parte do Poder Judiciário e do governo Lula.
A CPAC é uma conferência tradicional entre políticos conservadores e ocorre nos Estados Unidos desde 1974. No Brasil, o evento começou a ser realizado em 2019, trazido por Eduardo Bolsonaro. A edição mais recente aconteceu em Balneário Camboriú (SC).
Na entrevista à Bloomberg, Jair Bolsonaro também comentou sua relação com Donald Trump e afirmou que faz pedidos ao ex-presidente norte-americano. No entanto, preferiu não revelar detalhes. "Eu não vou falar publicamente o que estou pedindo para o Trump, o que eu gostaria que ele fizesse", declarou.
Bolsonaro também voltou a criticar o cenário político brasileiro, argumentando que as eleições no país não são justas por falta de oposição. Inelegível, ele se considera o único capaz de derrotar Lula nas urnas. "Não tem cabimento o Lula concorrer no Brasil, ou um candidato indicado por ele, sem oposição. Hoje a oposição ao Lula sou eu. Qualquer outro nome tem o risco seríssimo de perder para ele", afirmou.