Reconhecido por câmera, mafioso chinês é preso Reprodução

Apontado como membro da máfia chinesa, um homem condenado por achacar comerciantes no centro de São Paulo foi preso pela Guarda Civil Metropolitana ontem à tarde. Segundo a Prefeitura, ele foi identificado por meio de reconhecimento facial de câmeras do programa Smart Sampa.
Segundo a Prefeitura, Lin Xianbin, de 52 anos, natural da província de Fujian, na China, estava foragido do sistema penitenciário desde 2023, quando deixou a Penitenciária Cabo PM Marcelo Pires da Silva, em Itaí, no interior paulista, para a saída temporária de Natal. Ele foi conduzido ao 8.º Distrito Policial (Brás), onde permanece à disposição das autoridades. O Estadão não conseguiu entrar em contato com a defesa do suspeito.
Grupo Bitong
Condenado a 18 anos de prisão por extorsão mediante sequestro e associação criminosa, Xianbin é apontado como integrante do Grupo Bitong, uma organização criminosa ligada à máfia chinesa, que seria conhecida na comunidade asiática por usar violência extrema contra as vítimas, praticando sequestros, ameaças e execuções como forma de coação. Segundo investigações que levaram 20 integrantes do grupo à prisão em 2017, suas vítimas de extorsão são outros chineses que comercializam capinhas de celular no centro, principalmente na região da 25 de Março.
Na época, a polícia informou que a quadrilha exigia grandes quantias em dinheiro para permitir que os comerciantes trabalhassem na região e, para isso, chegava a sequestrar parentes das vítimas e ameaçar denunciá-las por possíveis irregularidades em suas lojas. A organização é suspeita de envolvimento na morte de ao menos três comerciantes que se recusaram a pagar os mafiosos.
Sequestro
O grupo operava em um apartamento na Rua Senador Queiroz, na região central de São Paulo, onde as vítimas eram coagidas sob a mira de armas de fogo. Entre os crimes pelos quais Xianbin foi condenado está o sequestro do irmão de um comerciante de acessórios para celulares em 2014. A vítima havia acabado de desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, vinda da China, quando foi levada pelos criminosos, que exigiram R$ 300 mil por sua liberdade.
O Grupo Bitong foi desmantelado em 2017, após operação da Polícia Civil de São Paulo em cooperação com autoridades chinesas. A ação resultou na prisão de 20 pessoas e no cumprimento de mais de 30 mandados de busca. Na época, durante as diligências, sete armas de fogo foram encontradas em endereços ligados ao grupo, incluindo pistolas 9 mm, calibre 380 e uma arma calibre 6.35, localizada em uma casa no Guarujá, onde sete integrantes foram presos.