A Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta quarta-feira, 5, que o número de mulheres que apresentaram denúncia de abuso sexual contra o médico Danilo Costa subiu para oito. As vítimas são mulheres entre 35 e 52 anos, e eram pacientes e profissionais do Hospital Nossa Senhora das Dores, onde o suspeito trabalhava.
O mastologista, de 46 anos, foi preso na terça-feira, 4, por crimes de estupro e importunação sexual contra seis mulheres em Itabira, região Central do estado. A equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) iniciou as investigações após uma paciente denunciar o abuso ocorrido durante atendimento com o suspeito para o tratamento de um câncer no dia 24 de janeiro. O Boletim de Ocorrência foi registrado pela filha da vítima.
De acordo com o documento, a mãe dela chegou em casa chorando e contando que havia sido estuprada pelo mastologista. Ela contou que, logo ao entrar na sala, o médico fechou a porta e cometeu o abuso. Após o ato, ele entregou a receita e o agendamento para uma nova consulta.
A mulher disse que ficou em choque e não teve condições de chamar a polícia enquanto estava na cidade de Itabira. A filha contou aos militares que a mãe consulta com o médico há muito tempo e apresentou a receita e o agendamento com o carimbo do profissional.
Com o início das investigações, novas vítimas relataram abusos sexuais semelhantes cometidos pelo suspeito.
"Foram aparecendo mais vítimas nesse curso desse inquérito. Algumas outras mulheres que tinham sido pacientes e também funcionárias do hospital que ele prestava serviço nos procuraram e relataram alguns outros casos de violação dos direitos sexuais", disse o delegado João Martins Teixeira, responsável pelo inquérito.
"Toques indevidos na vítima, outras relataram que haviam sido agarradas por ele, beijos forçados. Foram esses relatos [das demais vítimas]", acrescentou em entrevista ao G1.
O Hospital Nossa Senhora das Dores afirma que o médico teve todos os procedimentos suspensos, como consultas e cirurgias, e está afastado de suas funções desde o dia 27 de janeiro. A unidade afirma também estar colaborando com as investigações e prestando apoio às vítimas.
"Medidas jurídicas estão em andamento para a abertura de um processo administrativo com o objetivo de alcançar a resolução do caso e garantir a notificação dos respectivos conselhos", informou o hospital, em nota. "Não faz parte dos valores e da história de 165 anos da instituição este tipo de conduta".
A Polícia Civil informou que pediu à Justiça a suspensão do passaporte de Danilo Costa e um mandado de busca e apreensão na casa do mastologista. Já o Ministério Público requereu a prisão do suspeito. Todos os pedidos foram aceitos pela Justiça, que determinou a prisão preventiva do médico.
O advogado do mastologista, Hermes Vilchez Guerrero, disse que "a acusação não procede" e que a defesa está "tomando as medidas necessárias para reverter a prisão".
Na tarde de terça, Danilo Costa passou por uma audiência de custódia. A defesa pediu a revogação da prisão preventiva, enquanto o Ministério Público solicitou a manutenção. A juíza do caso pediu vistas para a decisão, e ele aguarda preso.
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