Ex-presidente Jair BolsonaroAFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promete responder aos questionamentos sobre as suas ações e falar por horas durante o seu interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Em conversa com os jornalistas no plenário da Corte antes do início da sessão nesta terça-feira (10), o ex-mandatário disse que "se puder ficar à vontade, se preparem, vão ser horas".

Os advogados do ex-presidente preparam uma estratégia de defesa que envolve a reprodução de vídeos com críticas de autoridades de esquerda às urnas eletrônicas. Devem ser transmitidas imagens de discursos do ministro do STF Flávio Dino e do ex-ministro Carlos Lupi apontando inconsistências no sistema eletrônico de votação.

"São 11 ou 12 vídeos curtinhos que tem a ver com o processo. Tem ato meu, pronunciamento meu. Tem um do Flávio Dino condenando a urna eletrônica. Carlos Lupi também falando que sem a impressão do voto é fraude", afirmou. Bolsonaro voltou a defender a adoção do voto impresso nos moldes adotados pela Venezuela e pelo Paraguai.

Na avaliação do ex-presidente, só foi possível descobrir "a fraude" nas eleições presidenciais do ano passado que deram vitória a Nicolás Maduro graças ao voto impresso.

Diferentemente do alegado por Bolsonaro, os principais elementos analisados pelos organismos internacionais independentes para constatar indícios de fraude no pleito foram as atas de votação apresentadas pela oposição e ocultadas pelo governo Maduro.
Da lista de 8 réus, Bolsonaro é o quinto a prestar esclarecimentos ao relator Alexandre de Moraes e ao PGR Paulo Gonet. As oitivas são feitas em ordem alfabética.
Na segunda-feira (9), foram realizados os interrogatórios do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, primeiro a falar por ser delator do caso, e o deputado federal Alexandre Ramagem. Nesta terça já foram ouvidos o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno.
Veja ordem alfabética
Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil).

Braga Netto será ouvido por videoconferência do Comando da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro, onde está preso desde dezembro de 2024.

Moraes espera concluir os interrogatórios até a próxima sexta-feira (13).
Veja o cronograma de depoimentos:

- Segunda-feira (9 de junho): 14h;

- Terça-feira (10 de junho): 9h;

- Quarta-feira (11 de junho): 8h;

- Quinta-feira (12 de junho): 9h;

- Sexta-feira (13 de junho): 9h.
*Com informações do Estadão Conteúdo