Presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth RochaReprodução/ divulgação/ redes sociais
"Eu peço, enfim, perdão à sociedade brasileira e à história do país pelos equívocos judiciários cometidos pela Justiça Militar Federal em detrimento da democracia e favoráveis ao regime autoritário. (...) Recebam meu perdão, a minha dor e a minha resistência", declarou Maria Elizabeth.
Durante missa em memória de Vladimir Herzog, presidente do STM pede perdão por crimes da ditadura. #ODia pic.twitter.com/iE15QrcCiH
— Jornal O Dia (@jornalodia) October 26, 2025
Ivo Herzog, filho mais velho de Vladimir Herzog, lembrou da tramitação da ADPF 320 no Supremo Tribunal Federal (STF), que trata da questão. A ação está sob relatoria do ministro Dias Toffoli há mais de oito anos.
"A gente não está exigindo que a lei de anistia diga isso ou aquilo. A gente tá só pedindo para que o debate seja levado ao plenário. Isso tem sido negado para nós", declarou.
O evento também contou com a apresentação do Coro Luther King, seguida de manifestações inter-religiosas com a presença de Dom Odilo Pedro Scherer, da reverenda Anita Wright, filha de Jaime Wright, e do rabino Ruben Sternschein. Também contou com outras apresentações culturais e a exibição de vídeos inéditos, incluindo uma leitura da carta de Zora Herzog, mãe de Vlado, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro.
Também estiveram presentes José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, amigos e familiares de Herzog, além de representantes das instituições organizadoras.
Como parte das homenagens, o Instituto Vladimir Herzog lançou um dossiê especial com a trajetória e o legado do jornalista, reunindo fotos, documentos e registros históricos disponíveis no acervo do instituto.
Em 25 de outubro de 1975, Herzog se apresentou espontaneamente ao DOI-CODI para prestar esclarecimentos sobre seu trabalho. Horas depois, estava morto. O regime militar divulgou que ele havia cometido suicídio — uma versão desmentida por fotos e perícias que comprovaram o assassinato.
A imagem do corpo de Herzog, com os joelhos dobrados e amarrado a uma janela mais baixa que sua altura, comoveu o país e escancarou a brutalidade da repressão.





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