Alex Leandro Bispo dos Santos foi preso suspeito de ter matado Maria Katyane Gomes da SilvaReprodução / Redes sociais

Um homem, identificado como Alex Leandro Bispo dos Santos, de 40 anos, foi preso nesta terça-feira (9), suspeito de ter jogado Maria Katyane Gomes da Silva, de 25, do 10º andar de um prédio no Morumbi, Zona Sul de São Paulo.
O crime aconteceu no dia 29 de novembro. Na época, o marido afirmou que a morte havia sido resultado de suicídio. Porém, após contradições e a análise de imagens do apartamento, Alex passou a ser considerado o principal suspeito. Vídeos de câmeras de segurança mostram agressões sofridas por Maria momentos antes de ela morrer. O suspeito desferiu socos na vítima no estacionamento do condomínio. Em seguida, a discussão continuou de forma intensa no elevador do prédio.
A investigação do caso é realizada pelo 89º Distrito Policial, no Jardim Taboão, que requisitou exames periciais e realiza outras diligências. O Dia não conseguiu localizar a defesa de Alex Leandro Bispo dos Santos. O espaço segue aberto para manifestação.
Quem era Maria Katyane Gomes da Silva
Maria Katyane era natural de Crateús, no interior do Ceará, mas morava na capital paulista. Ela tinha uma filha, que mora em Crateús e estuda na Escola Sônia Burgos. Nas redes sociais, a instituição lamentou a morte e se solidarizou com família e amigos.

A jovem era ativa em seu perfil no Instagram, o qual usava para publicar fotos de viagens e vídeos bem-humorados sobre cabelo, maquiagem e rotina de exercícios.

A tia de Maria Katyane compartilhou uma foto da vítima no Instagram com um pedido por Justiça.

"Ela não pode mais falar pois sua voz foi calada por um cara que a dizia amar, onde tudo não passava de um sentimento de posse, um sentimento doentio", disse.

"Hoje, como tia, eu estou com meu coração apertado, com um sentimento de indignação, assim como sua mãe e toda nossa família, pedimos justiça por Katyane Gomes", acrescentou.
Casos de feminicídio 
Esse não foi o único caso que repercutiu nas últimas semanas. Na capital paulista, Taynara Santos, de 31 anos, teve as pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por um quilômetro na Marginal Tietê, na zona norte da cidade. A defesa da vítima - e um amigo do agressor - afirmam que o rapaz cometeu o crime de forma intencional com o objetivo de matar a mulher.

No Recife, uma mulher grávida e quatro filhos morreram durante um incêndio. O suspeito, pai das crianças, foi preso em flagrante no mesmo dia.

No Rio de Janeiro, duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) foram mortas a tiros por um funcionário da instituição de ensino. O crime ocorreu no dia 28 de novembro.

Em Brasília, o corpo da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi encontrado carbonizado após um incêndio. O crime está sendo investigado como feminicídio, após o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, ter confessado a autoria do assassinato.

Recorde de casos

Dados da Secretaria da Segurança Público do Estado de São Paulo apontam que a cidade de São Paulo já registrou em dez meses o maior número de feminicídios da série histórica, desde 2015. Antes, o maior índice registrado havia sido registrado nos doze meses de 2024, com 51 casos de feminicídios.

Em 2025, o Brasil registrou mais de 1.180 feminicídios e quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180, segundo o Ministério das Mulheres.

Dados do Mapa Nacional da Violência de Gênero indicam que, em média, quatro mulheres foram assassinadas por dia em 2024 em razão do gênero.

* Com informações do Estadão Conteúdo