Carla Zambelli foi presa em julho na ItáliaLula Marques /Agência Brasil

Políticos de esquerda e direita reagiram à decisão do plenário da Câmara dos Deputados de rejeitar a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde julho. Ao todo, foram 227 votos a favor, 170 contrários e 10 abstenções, ou seja, os parlamentares não atingiram a maioria necessária de 257 votos para a suspensão, nesta quarta-feira (10).
'Recado ao STF'
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) publicou um vídeo nas redes sociais comentando o resultado. "Um recado claríssimo para o Supremo Tribunal Federal (STF) que essa Câmara aqui não aceita esse tipo de cassação, com processos completamente fora de qualquer escopo político e o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) maravilhoso", afirmou.
Quem também comemorou o resultado foi o parlamentar Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). "A Câmara dá um recado claro: quem tem mandato conquistado através do voto popular, só o povo pode tirar, não é o STF. Esta Câmara, hoje, mostra altivez. Quero agradecer a todos os parlamentares que defenderam as prerrogativas do mandato da Carla Zambelli e eu quero dizer, viva a Carla Zambelli."
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) também se manifestou. "Vencemos! Mandato de Carla Zambelli está mantido", publicou.
'Foragida e presidiária'
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que respeita o resultado da votação, mas registrou sua posição. "Sigo defendendo que a democracia se fortalece quando enfrentamos qualquer ataque ao processo eleitoral, sem hesitação e sem exceções", escreveu.
Já a parlamentar Erika Hilton (PSOL-SP) disse que o Congresso se comporta como "inimigo do povo". "Zambelli é condenada a 10 anos de prisão, não comparece à Câmara desde maio e está na Itália desde 5 de junho, onde é foragida e presidiária. Mas ela segue com um 'mandato' que custa R$ 132 mil por mês de dinheiro público", argumentou. Ela ainda lembrou de Glauber Braga, que na visão da psolista, "por não se calar, foi suspenso por seis meses".
Quem também condenou a decisão foi a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG). "Mesmo condenada e presa em outro país, Zambelli continua tendo mais proteção que o povo brasileiro. É esse o nível de rebaixamento que a Câmara escolheu hoje", afirmou.