O exame do corpo de delito deu positivo, ou seja, houve conjunção carnal. Contudo, ele continua atuando como contratado do município.Ludimila Lopes (RC24h)
O caso foi registrado no dia 24 de abril do ano passado e, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em setembro, ele foi realocado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde, pelo menos até janeiro, estava trabalhando vinculado ao CNPJ da prefeitura. A mudança aconteceu um mês após matéria publicada pelo O Dia, justamente questionando o fato dele ainda atuar normalmente na unidade onde o crime aconteceu.
À época, a delegada disse, ainda, que foi realizado um laudo do local em que a vítima alega ter sido estuprada, mas não foi constatado nenhum vestígio de material genético do suspeito.
Contudo, vale pontuar que a vítima contou que estava em coma alcoólico. Nas palavras dela: “sem forças para reagir”. Pesquisas apontam que, neste tipo de caso, é possível que o estupro tenha ocorrido, mesmo sem indícios de violência real, já que não teria sido oferecida resistência física durante a conjunção carnal.
Com exclusividade ao Dia, a vítima afirmou que, enquanto era medicada na veia, estava bastante sonolenta, mas conseguia discernir o que acontecia ao seu redor. Ela relatou que o técnico, em determinado momento, puxou seu short para o lado e a estuprou. “Eu não tive forças ou reação, estava fraca”, pontuou.
Diante disso, a reportagem aguardou mais um tempo e, em outubro, recebeu informações de que o laudo teria dado positivo. Contudo, novamente em contato com a DEAM nesta semana, foi comunicada que o resultado do DNA ainda não teria saído, mesmo quase um ano após o caso.
Com a demora de 11 meses, o Dia questionou se esse tipo de situação é comum, principalmente em casos de violência sexual. Foi informado pelo inspetor Maturana, que, no caso, o Instituto Médico Legal (IML) de Cabo Frio enviou o material para o Rio de Janeiro, onde fica a sede do IPPGR. A partir daí, não se sabe em qual órgão ele se encontra.
Também foi perguntado se a alguma providência foi tomada, uma vez que a vítima apresentou forte abalo emocional após o acontecido. Em resposta, o inspetor contou que diversas diligências foram realizadas. Dentre as medidas adotadas, foram ouvidas todas as partes envolvidas e testemunhas, além da realização de laudos periciais, análise de imagens do local e oitivas do SAF.
A vítima foi encaminhada para os órgãos de proteção e ao Hospital da Mulher para receber tratamento de profilaxia, que consiste no o uso de medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o HIV em situações como: violência sexual; sexo desprotegido, entre outras.
O Dia entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e questionou o motivo do não afastamento do profissional. Em resposta, a Secretaria de Saúde pediu até quinta-feira (9) para averiguar os fatos.
A reportagem também buscou contato com o acusado, entretanto, mais uma vez, não conseguiu encontrar nenhum meio disponível.
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