Entre as dicas didáticas, Luiz Felipe diz que é importante equilibrar a vida pessoal com os estudos Foto Divulgação


Campos – Pesquisadores definem prodígio uma criança precoce em determinado aspecto, que revoluciona um campo do conhecimento. Geralmente, o superdotado aprende a ler em curto espaço de tempo, além de outras ‘façanhas’ consideradas extraordinárias.
No entanto, há pessoas que fazem a diferença, têm memória surpreendente e facilidade para assimilação, refletidos do DNA e de uma infância bem distribuída nas brincadeiras naturais da idade e o aprendizado escolar fora de série; porém, na simplicidade do ser, a autodefinição é ‘dedicado’.
Um exemplo? Luiz Felipe Batista. Ele tem 18 anos e acaba de ser aprovado em primeiro lugar no vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para Engenharia de Computação e Informação. Determinação e dedicação, segundo o próprio, o levaram a tanto.
O jovem é filho do Promotor de Justiça da Infância e da Juventude de Campos dos Goytacazes, José Luiz Pimentel Batista, e da Promotora de Justiça de Tutela da Saúde no Rio de Janeiro, Alessandra Honorato Neves; um dos tios (Geraldo Batista Filho) é desembargador; outros, advogados.
Os avós também são da área de Justiça; a esposa do pai (Jessica Araújo Pimentel Batista) advogada. No entanto, embora de família com tradição nas áreas da Justiça e do Direito, Luiz Felipe (que tem um irmão de 15 anos – Luiz Eduardo) opta pela carreira profissional diferente por vocação própria.
O futuro engenheiro assinala vários fatores; o principal foi seu interesse natural pela tecnologia: “Meu desejo é ter um impacto positivo ajudando no desenvolvimento de inteligência artificial segura e alinhada aos nossos valores”.
Na ordem natural de planejamento ‘pé no chão’, Felipe adianta: “No melhor cenário, gostaria de realizar trabalho ou pesquisa em segurança/alinhamento da inteligência artificial; outras áreas, mais tradicionais, pelas quais me interesso são a segurança da informação e o desenvolvimento de software”.
Quanto à forma para conseguir ser bem sucedido em vestibular, o jovem observa que “é de extrema importância estar sempre reavaliando as próprias técnicas, dedicação e resultados, experimentando e vendo o que funciona pra você, porque tudo isso varia de pessoa pra pessoa”.
Como principais dicas, sugere estudo mais eficaz e se esforçar para arrumar o resto da vida: “Um ponto muito importante é tentar ser mais ‘profissional’ quanto ao estudo, refletir e pesquisar bastante sobre o próprio processo de estudo; isso pode ser resumido em focar nas técnicas de aprendizado mais respaldadas por evidências”.
Segundo Felipe, a proposta se resume em ‘aprendendo a aprender’ e escolher bem o que estudar: “Resumidamente, estudo ativo é melhor que estudo passivo; estudar bem sempre é melhor que estudar muito, só em momentos específicos (como antes de provas)”.
Outro fator considerado essencial pelo universitário é pesquisar sobre o tópico (em inglês, se possível, devido à maior quantidade de informações disponíveis): “Usei muito o aplicativo chamado ‘Anki’, de repetição espaçada com flashcards, disponível para celular e computador; recomendo, especialmente para decorar fórmulas (sim, depois de entender o conteúdo acho bom memorizar também)”.
Sobre o básico para proporcionar melhor estudo, Felipe lista, ainda, produtividade em geral, sono, dieta, lazer e vida social, atividade física e amenizar dificuldades de saúde mental e física: “Além disso, por mais clichê que seja, é importante equilibrar a vida pessoal com os estudos”.
CONJUNTO DE FATORES - Para ser mais expressivo, o experiente jovem recomenda comer bem, dormir bem e fazer atividade física como essenciais para reter o que foi aprendido: “Não negligenciar a saúde mental (o que inclui terapia, muitas vezes), sabendo gastar tempo com lazer e vida social conforme suas necessidades”, pontua.
Na época do vestibular Felipe não teve muito tempo para lazer na semana; contudo, confessa que sempre separou os domingos para não fazer nada de escola: “Aproveitava para ler livros de vez em quando, assistir filmes ou séries, passar tempo com a família, entre outras coisas; também vou à missa aos domingos: minha fé é muito importante para mim”.
Os apontamentos do aplicado estudante são ‘dicas didáticas’ inspiradas no artigo ‘All the evidence-based advice we found on how to be more successful in any job’, da organização 80.000 Hours: “Influenciou muito do meu pensamento sobre sucesso em trabalho/estudo”.
EXEMPLOS DOS PAIS - Orgulhoso, José Luiz Pimentel classifica o filho inteligente, determinado e dedicado: “Uma determinação sem igual, o que faz a diferença. Sabe o que mais me orgulha nele do que o desempenho escolar? Está se tornando um homem com coração maravilhoso”.
Pimentel justifica a grandeza do filho: “Luiz Felipe participa de grupo de jovens e atua em causas sociais, doa pra mendigos e é um ‘menino’ de presença leve; quem está perto gosta. Isso tudo mais vale e me deixa em posição de louvar e agradecer a Deus, pedindo que o mantenha firme em seus propósitos”.
Quem conhece a família de Luiz Felipe testemunha: “os exemplos seguidos pelo rapaz estão no DNA - os pais passaram em concursos difíceis por dedicação: o pai, quatro pós-graduações e mestrado, deu aulas por maia de 20 anos, em faculdades e cursos preparatórios para concursos; a mãe também fez mestrado”. José Luiz Pimentel resume: “Isso nada mais é do que dedicação, nada de excepcional”.
A UFRJ está localizada na cidade do Rio de Janeiro e tem 28 unidades no estado; é universidade pública, ligada ao Governo Federal; o ensino é classificado de excelência, com busca por vagas muito alta; são mais de 60 mil alunos distribuídos nos inúmeros cursos.
Ao engenheiro de computação e informação são atribuídos desenvolver projetos eficientes e dinâmicos de interatividade, com base em informação digital; projetar e pgerenciar simulações para novos modelos operacionais; desenvolver processos tecnológicos para a comunicação em Internet e redes heterogêneas; produzir software avançado confiável.