A audiência durou cerca de seis horas e o deputado Poubel falou sobre a ida ao HGG Foto Câmara/Divulgação

Campos – Uma audiência programada para ser “de Ordem Pública”, programada na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes (RJ), nesta sexta-feira (20), acabou gerando lances contrários à proposta. Agressões verbais e físicas, acusações de abuso de autoridade e tumulto no trânsito em frente à sede do Legislativo formaram o cenário.
O prefeito Wladimir não pode comparecer, porque cumpria agenda em Brasília; ele foi representado pelo secretário de Ordem Pública de Campos, Jakson Souza; presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT), Nelson Godá; e comandante da Guarda, Wellington Levino.
Os deputados Alan Lopes, Filippe Poubel, ambos do PL, e Rodrigo Amorim (PTB), da Comissão Especial de Combate à Desordem Urbana da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), participaram da audiência; chegaram depois de terem estado no Hospital Geral de Guarus (HGG) e, segundo afirmaram, constatado irregularidades.
Uma das denúncias é relacionada à folha de presenças, através de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), na qual estaria constando o nome de um médico que teria residência e consultório na Bahia. Em nota, o governo municipal se manifesta, informando as providências adotadas. O texto é publicado a seguir.
“1. A Prefeitura de Campos informa que serão apuradas por sindicância todas as denúncias de possíveis irregularidades relativas a ausências não justificadas ou referentes a ponto funcional, adotando as medidas cabíveis e sanções previstas com todo rigor da lei, inclusive com demissão.
2. A Prefeitura de Campos ressalta que em respeito a centenas de servidores públicos municipais, colaboradores e prestadores de serviço, que se doam e trabalham diariamente no HGG para cuidar de pessoas e salvar vidas, que não admite e não irá aceitar desvios de conduta profissional de qualquer natureza.
3. A Prefeitura de Campos conclui destacando avanços, com o Hospital Geral de Guarus sendo completamente reformado e modernizado, ganhando Nova Emergência e equipamentos, estando na sua segunda etapa de obras de reformas e modernização, em fase de construção de uma Clínica de Hemodiálise Regional, tendo passado de dois mil atendimentos para cinco mil atendimentos mensais, e saltando de 96 para 153 leitos.
DENÚNCIA DE ABUSO - Uma servidora concursada da Fundação Municipal de Saúde, lotada no HGG, prestou queixas na 146ª Delegacia Legal de Guarus, acusando os parlamentares de abuso de autoridade; ela estava acompanhada do subprocurador geral do município, Gabriel Rangel, e afirmou ter sido coagida na abordagem adotada pelos deputados em visita à unidade hospitalar.
Os parlamentares são acusados de terem agido com truculência e usurpar a competência dos vereadores. Alan Lopes, presidente da Comissão Especial de Combate à Desordem Urbana, rebate: “Longe de nós querer usurpar; muito pelo contrário; nossa parte é fiscalizar tudo relacionado ao governo do estado; é obrigação nossa fiscalizar os recursos que chegam e saber o que está sendo feito”.
Quanto ao tumulto na Câmara, foi causado por causa da exigência de inscrição para participar da audiência, mas nem todos que se encontravam no espaço externo da sede conseguiram entrar. Houve resistência, as portas foram fechadas e a confusão chegou a afetar o trânsito da Avenida Alberto Torres, nas proximidades.
O presidente do Legislativo, Marquinho Bacellar, é acusado de não ter comunicado sobre inscrição em tempo hábil; porém, alega que o mecanismo foi postado no site da Câmara no dia anterior ao evento. Bacellar diz ainda que as portas foram fechadas, porque havia ameaça de invasão.
A pauta da audiência foi abordada com foco no trânsito violento no município, estrutura da Guarda Civil Municipal, mobilidade urbana e efetivo do 8º Batalhão da Polícia Militar (segundo o vereador Cabo Alonsimar, de 1.400 policiais, está reduzido a 800).