Rodrigo Carneiro observa que a febre maculosa tem como vetor o carrapato-estrela Foto César Ferreira/Secom
Vigilância em Saúde alerta para suspeitas de casos de dengue e febre maculosa em alta
População é orientada a buscar auxílio médico mediante os sintomas, que são semelhantes
Campos - Aumento de casos suspeitos e confirmados de febre maculosa e dengue leva Secretaria de Saúde de Campos dos Goytacazes (RJ) a adotar medidas de prevenção contra as doenças; o alerta é quanto à gravidade variável e alta taxa de letalidade.
A população é orientada a buscar auxílio médico mediante os sintomas, que são semelhantes. O diretor de Vigilância em Saúde, Rodrigo Carneiro, observa que a prevenção da febre maculosa, que tem como vetor o carrapato conhecido como “estrela”, deve ser feita por todos que manipulem diretamente equinos e bovinos.
A observação é extensiva às pessoas que tenham atividades como caças, pesca, ou que fazem trilhas em áreas com vegetação abundante ou que sabidamente tenha a presença de capivaras: “O carrapato que comumente fica parasitando animais silvestres como capivara também é passível de parasitar equinos, bovinos e até animais domésticos como cães e gatos”, aponta Rodrigo Carneiro.
Caso haja necessidade de percorrer locais de riscos, o infectologista orienta usar roupas de mangas compridas, bota e luvas: “Após a saída desse local é necessário um minucioso exame da superfície do corpo atrás de possíveis carrapatos aderidos à pele e que devem ser retirados imediatamente”, acrescenta o médico.
Rodrigo Carneiro também aborda a questão da dengue: “É de conhecimento de todos que a principal medida de prevenção é diminuir a população do mosquito transmissor, o Aedes aegypti; para isso, cada cidadão deve evitar, principalmente em seu domicílio, a possibilidade da proliferação das larvas do mosquito”.
Uma das medidas apontadas é cuidar para que todos os objetos que possam servir de criadouros para o mosquito, ainda que com pequena quantidade de água, sejam fiscalizados e eliminados: “Outros cuidados que podem ser tomados são o uso de repelentes e métodos de barreira como cortinados para dormir e telas contra mosquitos nas janelas”.
SEMELHANÇAS - Segundo o médico, as duas doenças têm manifestações clínicas semelhantes, inicialmente com febre, dor no corpo, mialgia, artralgia e cefaleia que costumam evoluir nos primeiros dias sem melhora espontânea: “A pessoa que apresentar esses sintomas, persistindo por 48 horas, sem melhora, deve procurar auxílio médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Pré-Hospitalares (UPH)”, orienta.
A Secretaria de Saúde destaca que, de janeiro a novembro deste ano, Campos teve quatro casos de febre maculosa confirmados, sendo que três evoluíram para óbito (pacientes de 58, 50 e 33 anos); além de cinco casos em investigação. Já a dengue contabiliza 2.964 casos confirmados laboratorialmente e clínico epidemiológico, sendo dois óbitos em decorrência da doença (pacientes de 84 e 29 anos).
O pico da dengue ocorreu entre março e junho. Quanto à chikungunya, houve aumento exponencial, contabilizando 27 casos (não há registro de caso de zika). O trabalho de prevenção e controle da dengue, zika e chikungunya em Campos é realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
O órgão visita residências diariamente e desenvolve bloqueio aeroespacial com fumacê e bomba costal, principalmente nos bairros com casos positivos das arboviroses. As ações são intensificadas ainda através de mutirões, sempre às sextas-feiras, nos bairros com índice mais alto de infestação do Aedes aegypti.
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