Fernando Mansur - colunistaSABRINA NICOLAZZI
Quem vive muito ocupado, não tem tempo para ouvir “o chamado”.
Você já se deparou com perguntas como estas: qual é a minha principal tarefa hoje? O que a vida espera que eu faça agora? O que minha Alma está me pedindo para fazer ou deixar de fazer? Do que eu preciso me esvaziar para que a resposta apareça?
Já aconteceu de você perder tudo que estava armazenado na memória do seu computador? Qual o simbolismo disso? Analogamente, o que precisaríamos “apagar” de nossa memória? O que estamos acumulando nessa “lixeira” existencial particular?
Penso que é um privilégio experimentar este tipo de inquietação, sinal de que somos merecedores de fazer algo significativo, que só cabe a nós realizar. Mas para que isso aconteça pode ser necessário abrirmos mão de algo a que estamos apegados e que julgamos muito importante. Será mesmo? Aí chega o momento de escolha, quando vamos precisar decidir entre o que a Alma pede e o que o ego deseja.
E se houver a recusa do “chamado”? Vamos para a página 66 do livro “O herói de mil faces”, de Joseph Campbell, Ed. Cultrix/Pensamento:
“Com frequência, na vida real, e com não menos frequência, nos mitos e contos populares, encontramos o triste caso do chamado que não obtém resposta; pois sempre é possível desviar a atenção para outros interesses. A recusa à convocação converte a aventura em sua contraparte negativa. Aprisionado pelo tédio, pelo trabalho duro ou pela ‘cultura’, o sujeito perde o poder da ação afirmativa dotada de significado e se transforma numa vítima a ser salva. Seu mundo florescente torna-se um deserto cheio de pedras e sua vida dá uma impressão de falta de sentido – mesmo que, tal como o rei Minos, ele possa, através de um esforço titânico, construir um renomado império. ...”
Que consigamos um fio de Ariadne para nos ajudar a sair do labirinto de nossos conflitos. Podemos.
“Com frequência, na vida real, e com não menos frequência, nos mitos e contos populares, encontramos o triste caso do chamado que não obtém resposta; pois sempre é possível desviar a atenção para outros interesses. A recusa à convocação converte a aventura em sua contraparte negativa. Aprisionado pelo tédio, pelo trabalho duro ou pela ‘cultura’, o sujeito perde o poder da ação afirmativa dotada de significado e se transforma numa vítima a ser salva. Seu mundo florescente torna-se um deserto cheio de pedras e sua vida dá uma impressão de falta de sentido – mesmo que, tal como o rei Minos, ele possa, através de um esforço titânico, construir um renomado império. ...”
Que consigamos um fio de Ariadne para nos ajudar a sair do labirinto de nossos conflitos. Podemos.
Tentemos. Vamos!
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