ARTE PAULO MÁRCIOARTE PAULO MÁRCIO

“Mediunidade aflorada” é uma expressão conhecida de quase todos, lembra Julio Capilé. A expressão se refere aos primeiros sintomas da pessoa que tem o dom da mediunidade mais percebida. Nem sempre a manifestação da mediunidade é confortável. Quando percebidos esses sinais, quando de efeitos físicos, a perturbação é bem mais dramática. Via de regra, o início de qualquer mediunidade é com a manifestação de espíritos pouco evoluídos, quase rústicos.

Para o caso de efeitos físicos, surgem espíritos zombeteiros que fazem brincadeiras. Exemplo disso são os objetos que mudam de lugar ou que desaparecem. Os espíritos os tiram de um lugar e os escondem em outro e, depois de um tempo, ao seu bel prazer, os repõem no antigo lugar. Divertem-se com a reação das pessoas.

No caso de mediunidade auditiva, o médium fica perturbado por ouvir zumbidos, músicas e vozes que nem sempre dão descanso. É forte a chance de psicólogos e psiquiatras - não espíritas -, classificarem essas sensações como alucinações. Julio Capilé lembra que o mesmo ocorre com os médiuns videntes.

O início é sempre desconfortável, às vezes, aterrorizante. Se a mediunidade se manifesta em quem não aceita o espiritismo, como católicos e evangélicos, é atribuída à manifestação do demônio. É comum as pessoas terem medo dos espíritos, pois “é um morto que se manifesta”.

Até mesmo alguns espíritas têm medo dos desencarnados. Ao se deparar com a primeira manifestação, basta pensar que está se recebendo uma “visita” de uma pessoa que deseja falar conosco. É só atender, orientar, conversar e saber a que veio, destaca Capilé. O mais comum é ser um sofredor que precisa de consolo. Aproxima-se de quem lhe parece bom para seu caso. Está pedindo ajuda.

Como as mediunidades variam muito, as manifestações são variadas. Todas, porém têm um denominador comum: a incompreensão do “porque isso comigo”. No início, ninguém gosta. Existem muitas pessoas que passam a vida sem desenvolver a mediunidade. Dizem que não querem receber espíritos e peregrinam por consultórios médicos.

Outra mediunidade que ficou famosa no Brasil por causa do Chico Xavier, é a psicografia. Nas manifestações iniciais, o médium sente a tendência de movimentar seu braço, como se precisasse escrever.
Como bem pontuou o Julio Capilé, a mediunidade é uma bênção classificada por muitos como karma e, por outros, como missão. Mas é um bem que Deus nos dá, porque podemos oferecer muita ajuda com ela. Médiuns podem – e devem – aliviar os males de seus semelhantes.
Átila Nunes