Paulo Márcioarte Paulo Márcio

A psicografia é um dos meios pelo qual os espíritos influenciam um médium, levando-o a escrever textos que são mensagens do Além. Estes médiuns são denominados psicógrafos. Quando o espírito responde às indagações que lhe são formuladas, o fenômeno é chamado de psicografia indireta.

Há vários tipos de psicografia. As primeiras identificadas foram as psicografias mecânica e intuitiva. Depois, outro tipo acabou se tornando o mais comum de todas: a psicografia semimecânica. A psicografia é considerada o mais simples, mais cômodo e mais completo de todos os meios de comunicação mediúnica, alerta Edvaldo Kulshesky. A psicografia não fica na dependência da memória ou da interpretação dos participantes da reunião, como é o caso da mensagem oral.
A análise das mensagens se torna mais fácil, pois permite que sejam estudadas minuciosamente pelo estilo, pelo conteúdo e pelas ideias. O espírito que passará as mensagens para o médium psicógrafo aproxima-se do médium e deposita as forças magnéticas sobre o seu chacra coronário, ativando a glândula pineal, fazendo-a produzir um hormônio chamado melatonina, que interage com os neurônios, tendo um efeito sedativo. Assim, o médium perde o comando sobre os órgãos da coordenação motora, permitindo que o espírito se ligue a este sistema de sensações e o utilize.

Em seguida, os espíritos auxiliares aproximam o espírito que irá se manifestar pela psicografia e fazem a ligação perispiritual, movimentando os braços do médium conseguindo assim, expressar-se através da escrita. Esse impulso independe da vontade do médium: enquanto o espírito tem alguma coisa a escrever, ele movimenta a mão do médium sem interrupção.
Os médiuns mecânicos não interferem na mensagem transmitida, servindo seu braço unicamente de instrumento ao espírito. Na mediunidade mecânica, o médium não sabe o que sua mão escreve. Somente depois, ao ler o que foi escrito, é que vai tomar conhecimento da mensagem. A escrita mecânica costuma ser muito rápida.

A psicografia mecânica é o processo mediúnico mais passivo que se conhece dos efeitos intelectuais, equivalendo – em termos - à psicofonia inconsciente. Os movimentos do braço podem ser suaves ou bruscos, segundo a natureza do espírito, mas sempre ininterrupto. Na verdade, até mesmo em oposição à vontade do médium, enquanto o espírito comunicante tiver algo a dizer.
O médium psicógrafo mecânico e o semimecânico não abandonam seus corpos físicos no momento que escrevem as mensagens dos espíritos desencarnados. Na psicofonia consciente e na semiconsciente, o perispírito do médium pode afastar-se numa longa distância, deixando o corpo físico sob o comando de outros espíritos comunicantes.

Os médiuns polígrafos mudam a escrita conforme o espírito que se comunica ou conforme a caligrafia que o espírito tinha em vida. Há médiuns que escrevem, sem saberem ler e nem escrever, mas quando em transe mediúnico, escrevem fluentemente.
A escrita invertida é um fenômeno raro. É até mesmo difícil para o espírito que já vem com a mensagem preparada. Divaldo Pereira Franco, um dos mais famosos médiuns em atividade, tem psicografado mensagens invertidas. Chico Xavier também tinha a aptidão para este fenômeno.
O método de leitura da escrita invertida consiste em usar um espelho. Divaldo e Chico Xavier, recebiam mensagens invertidas de espíritos, às vezes, em idioma diferente que o médium não conhece. A xenoglossia, o chamado dom dos idiomas, é um fenômeno que permite que se fale ou escreva em línguas que lhe são desconhecidas, e até em dialetos já extintos no mundo. Os médiuns são chamados de poliglotas ou xenoglotas.

A psicopictografia mecânica ou simplesmente, pintura mediúnica, é popularmente denominada pintura mecânica, lembra Kulshesky. O espírito comunicante pode inclusive utilizar os pés do corpo físico do seu médium mecânico para pintar quadros. O pintor desencarnado, utilizando uma ou ambas as mãos - ou até os pés - pode pintar os quadros que quiser, souber e puder, inclusive com o estilo artístico que lhe é característico.
Através da psicopictografia mecânica, pode ocorrer que dois pintores desencarnados atuem simultaneamente no mesmo médium mecânico. Enquanto um deles pinta um quadro com a mão direita do corpo físico daquele médium, o outro pinta outro quadro com a mão esquerda.
Mas o que impressiona mesmo é a velocidade da execução das pinturas mediúnicas. Enquanto um bom quadro normalmente exigiria dezenas de horas para ser concluído pelo processo tradicional, mediunicamente, um quadro pode ser produzido, por exemplo, em cinco minutos.
Átila Nunes