Aquele que se considera um espírita, reconhece a diversidade de crenças e a necessidade de cada indivíduo buscar sua própria verdade. O espiritismo apresenta pontos de convergência e divergência com outras religiões.
O primeiro e mais importante ponto de convergência é a crença em Deus. Acreditamos, como os seguidores da maioria das religiões acreditam, num Ser Supremo, criador de todas as coisas.
A ideia de que a alma é imortal e continua existindo após a morte física é outro ponto comum a muitas religiões. Já a reencarnação, embora não seja uma crença universal, é compartilhada por diversas religiões orientais que a consideram um processo de evolução espiritual.
Todas as religiões estabelecem princípios morais e éticos para guiar a conduta humana, como o espiritismo. A busca pela verdade e pelo sentido da vida é um objetivo comum a todas as religiões.
Existem pontos de divergência, contudo, como as concepções sobre a natureza de Deus que, aliás, variam muito entre as diferentes religiões. Nós temos uma visão mais racional e científica de Deus, como uma inteligência superior e amorosa.

As práticas religiosas e os rituais variam significativamente entre as diferentes religiões. A Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, enfatiza o estudo, a reflexão e a prática da caridade como formas de culto, sem utilizar rituais. Já os cultos afro-brasileiros como a Umbanda e o Candomblé, por exemplo, mantém práticas e a ritualística das religiões africanas.
As estruturas organizacionais das religiões são diversas. Tanto para a Doutrina Espírita quanto para as religiões afro-brasileiras, os dogmas são inexistentes. As diferentes religiões interpretam seus textos sagrados de forma distinta. Os espíritas não possuem um livro sagrado específico, nem as religiões de matriz africana.
Ao invés de negar ou combater outras crenças, aquele que se considera espírita propõe um diálogo aberto e respeitoso, buscando a união em torno dos princípios universais da moral e da espiritualidade. Na verdade, reconhecemos a diversidade religiosa, estabelecemos pontes de diálogo com outras crenças, buscando a harmonia e o respeito mútuo.
A relação entre o espiritismo e o cristianismo é um tema bastante discutido e que gera diversas interpretações. Ambas as doutrinas possuem pontos em comum e divergências. Os espíritas, como os católicos e evangélicos, veem em Jesus um mestre espiritual, um exemplo a ser seguido. Para a maioria esmagadora dos espíritas, Jesus é considerado o maior dos espíritos que já encarnaram na Terra.
Espíritas são considerados cristãos porque também enfatizam a importância de princípios morais como o amor ao próximo, a caridade, a humildade e o perdão. Todos nós acreditamos na existência de uma vida após a morte, embora com concepções diferentes sobre o que acontece após a desencarnação. De fato, todos nós buscamos a verdade sobre a vida, a morte e o propósito da existência humana.
Enquanto os espíritas acreditam numa concepção de Deus como uma inteligência superior e amorosa, católicos creem numa concepção mais personalizada e trinitária de Deus. Se o espiritismo considera a reencarnação como um processo fundamental para a evolução espiritual, outras religiões cristãs não aceitam, na sua maioria, essa doutrina.
A Bíblia é um dos livros de referência dos espíritas, buscando uma interpretação própria, correlacionando os ensinamentos bíblicos com as leis naturais e as novas revelações trazidas pelos espíritos.
Em resumo, a relação entre espíritas, católicos e evangélicos é marcada por pontos em comum e divergências. Todos estes segmentos oferecem respostas para as grandes questões da humanidade, mas a partir de perspectivas diferentes. O diálogo entre essas crenças pode enriquecer a compreensão sobre a natureza humana e o universo, promovendo o respeito mútuo e a busca pela verdade.