Arte coluna Além da Vida 10 maio 2025Arte Paulo Márcio

O momento em que o espírito percebe que morreu não é um instante único e universal, mas sim um processo gradual e individual, que varia de acordo com diversos fatores, como o grau de evolução do espírito, suas crenças e seu estado emocional no momento do desencarne.
O processo de desprendimento ocorre no momento da morte física. O espírito se desprende do corpo material através do perispírito, um corpo semimaterial que serve de ligação entre o espírito e o corpo físico. Esse desprendimento não é abrupto como a ruptura de uma corda, mas sim lento e progressivo, como um afrouxamento de laços.
As primeiras percepções do espírito após a morte podem variar bastante. A confusão e desorientação é comum a quase todos. Alguns espíritos, especialmente aqueles muito apegados à vida material ou que tiveram uma morte repentina e traumática, podem sentir-se confusos, desorientados e até mesmo não perceberem de imediato que morreram. Podem sentir o próprio corpo, tentar interagir com as pessoas ao redor e não entender por que não são ouvidos ou vistos.
É impressionante a sensação de leveza e libertação. Outros espíritos, principalmente aqueles que viveram de forma mais desapegada e com compreensão da vida espiritual, podem experimentar uma imediata sensação de leveza, paz e libertação das limitações do corpo físico, percebendo com clareza a sua nova condição.
A visão do próprio corpo é frequentemente relatada. Muitos espíritos relatam a experiência de ver o próprio corpo de fora, como se estivessem flutuando acima dele. Essa visão pode ser um dos primeiros indícios de que algo mudou fundamentalmente.
Gradualmente, o espírito começa a perceber o ambiente espiritual que o cerca, podendo avistar outros espíritos, seus entes queridos que já desencarnaram, e até mesmo mentores espirituais que vêm auxiliá-lo nessa transição.
O reconhecimento pleno da morte ocorre quando o espírito compreende que não está mais ligado ao corpo físico e que agora pertence ao mundo espiritual. Esse entendimento pode ser facilitado por várias ações, como o auxílio de outros espíritos. Mentores e familiares desencarnados costumam acolher o novo espírito e ajudá-lo a compreender a sua nova realidade.
Em muitos casos, o espírito passa por uma espécie de revisão da vida que acabou de viver, o que o ajuda a entender o ciclo da existência e a sua continuidade. Aos poucos, o espírito percebe as diferenças entre o mundo material e o espiritual, como a ausência de dores físicas, a capacidade de se locomover pelo pensamento e a percepção em um nível vibracional diferente.
Em resumo, a percepção da morte pelo espírito na visão espírita é um processo individual e nem sempre imediato. Varia desde a confusão inicial até a clara compreensão da nova realidade, sendo auxiliado pelo amparo espiritual e pela própria evolução do ser.