Na visão espírita, o conceito de Juízo Final difere bastante daquele presente em outras tradições religiosas, especialmente no cristianismo, judaísmo e islamismo, que preveem um julgamento único e definitivo para toda a humanidade no fim dos tempos.
No Espiritismo, não há um Juízo Final global e único, mas sim um juízo contínuo e individual que ocorre a cada desencarnação (morte física). Quando um espírito se desprende do corpo, ele passa por um processo de autoavaliação, onde ele próprio, com o auxílio de espíritos mais esclarecidos, analisa suas ações, pensamentos e sentimentos vivenciados na Terra.
Esse "julgamento" é menos sobre um Deus punitivo e mais sobre a lei de causa e efeito (também conhecida como lei de ação e reação ou karma), que é fundamental no Espiritismo. Cada ação, boa ou má, gera uma consequência que o espírito vivenciará, seja nesta vida ou em futuras reencarnações.
O objetivo desse processo não é a condenação eterna, mas sim o aprendizado, a purificação e a evolução espiritual. Se o espírito percebe que cometeu erros, sentirá o remorso e a necessidade de repará-los. Ele terá a oportunidade de planejar futuras encarnações, escolhendo provas e expiações que o ajudem a corrigir suas imperfeições, desenvolver virtudes e progredir moralmente.
Assim, o que para outras religiões seria um "castigo" no Juízo Final, para o Espiritismo é uma consequência natural das escolhas do próprio espírito, que busca sua própria redenção e aprimoramento. Embora não haja um julgamento individual único no fim dos tempos, o Espiritismo aborda a ideia de um Juízo Final em um sentido mais coletivo e planetário. As predições evangélicas sobre o "fim dos tempos" não se referem ao fim do mundo físico, mas sim ao fim de uma era moral da humanidade.
Este seria um período de transição de um "mundo de provas e expiações" (onde o mal ainda predomina) para um "mundo de regeneração" (onde o bem começa a se sobrepor). Nesse contexto, o "Juízo Final" representa a separação dos espíritos, onde aqueles que se recusam a evoluir moralmente e persistem no mal podem ser "excluídos" da Terra, ou seja, transferidos para mundos mais primitivos, onde continuarão seu processo de aprendizado. Enquanto isso, os espíritos que já alcançaram um certo grau de progresso moral permanecerão ou reencarnarão na Terra Regenerada.
Para nós, espíritas, não há um Juízo Final único e universal como condenação eterna. Ocorre um autojulgamento individual a cada desencarnação, baseado na lei de causa e efeito. O objetivo é sempre o aprendizado e a evolução espiritual, com novas oportunidades através da reencarnação.
A ideia de Juízo Final refere-se à transição da Terra para um mundo de regeneração, com a separação dos espíritos de acordo com seu grau de adiantamento moral. Essa visão oferece uma perspectiva de esperança e oportunidade contínua para todos os espíritos, independentemente de seus erros passados.
A maioria das religiões sugere que não há impunidade para as ações negativas, incluindo o preconceito. A justiça divina, embora em suas diferentes formas, atua para que cada um colha o que semeou. Muitas crenças oferecem uma perspectiva de que a vida após a morte pode ser um período de aprendizado, purificação e crescimento, mesmo para aqueles que cometeram erros graves.
Muitas doutrinas sugerem que o próprio estado de espírito do indivíduo após a morte será afetado pelo preconceito. Sentimentos como ódio, culpa e remorso podem gerar sofrimento interior até que haja uma mudança de perspectiva.

Em suma, a visão predominante nas diversas tradições religiosas é que o preconceito é um obstáculo ao desenvolvimento espiritual e que, de alguma forma, o indivíduo terá que confrontar e superar essa atitude, seja através do sofrimento, do aprendizado ou de novas oportunidades de evolução em futuras existências.