Convidado especial da coluna Amigo Fit, entrevista exclusiva.Foto: Divulgação
Por que o público futebolístico ainda parece estar fechado ao futebol feminino?
Especialista alerta como o machismo ainda impera no meio do futebol e traz consequências ainda incomodas
Recentemente, a CazéTV teve que desativar o chat da transmissão no jogo de estreia da Copa do Mundo de futebol feminino entre Noruega x Nova Zelândia. Isso aconteceu devido ao excesso de comentários machistas e ofensivos de alguns internautas às jogadoras, sobrando até críticas para o streamer Casemiro, que é dono do canal que detém os direitos de transmissão do torneio.
Mas o que vem preocupando é que esse não é um caso isolado. Num vídeo público nas suas redes, o influenciador Fred, do canal Desimpedidos, também fez um vídeo questionando os seus seguidores sobre o motivo de tanto ódio pelo futebol feminino e o porquê disso incomodar tanto. Além, é claro, dos comentários de posts da principal competição da modalidade estarem repletos de falas odiosas.
“Muitas vezes, a resistência se deve a uma falta de compreensão.A falta de exposição também pode levar a preconceitos e percepções errôneas. Isso é agravado pela falta de cobertura mediática e oportunidades de patrocínio para o futebol feminino, o que limita a visibilidade das atletas e do esporte como um todo”.
Isso quem fala é Helder da BET, que é influenciador, especialista esportivo e que trabalha acompanhando o crescimento do mercado do futebol feminino. Para ele, o esporte, em geral, foi por muito tempo visto como um espaço predominantemente masculino, e essa visão ultrapassada ainda persiste em certos setores da sociedade.
“Para mudar isso nós devemos passar às pessoas sobre o valor e o talento existentes no futebol feminino. Isso pode ser feito através de maior exposição mediática, campanhas de sensibilização e programas que promovam a igualdade no esporte. Além disso, é preciso garantir que haja consequências para o comportamento machistas e ofensivos”, explica.
Mas se as atletas são perseguidas, as comentaristas e narradoras, que estão ganhando cada vez mais espaço nos meios, também sofrem um “hate” que, em muitos casos, é maior que profissionais homens que exercem as mesmas funções. Sobre essa questão, o especialista afirma que essa representação feminina em posições de influência vem desafiando estereótipos e proporcionando novos modelos.
“Acredito que todos nós, incluindo nós, como influenciadores e comentaristas esportivos, temos um papel a desempenhar na promoção da igualdade de gênero no esporte. Cabe a nós usar nossa plataforma para falar contra o machismo e a discriminação e para apoiar e celebrar as conquistas do futebol feminino”, finaliza.
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