Símbolo máximo da Marquês de Sapucaí, o Arco da Apoteose testemunha a guerra política e cultural que envolve a Liesa e o deputado estadual Dionísio Lins (PP)Foto: Reprodução internet
Na semana passada, o presidente da Liesa, Gabriel David, deu o tom duro da disputa: só com mais de R$ 40 milhões e três novos barracões na Cidade do Samba seria possível ampliar o Grupo Especial. A fala soou como ultimato e marcou o primeiro embate aberto.
E quase imediatamente veio a réplica. Dionísio Lins retrucou, afirmando: “Falei com o prefeito Eduardo Paes, ele topou; falei com o governador Cláudio Castro, ele topou; e falei com André Ceciliano, representando o presidente Lula, e a receptividade foi positiva”. Assim, garantiu ter respaldo político para avançar com a ideia.
Drummond entra em cena
Nesta segunda-feira (25), o diretor financeiro da Liesa, João Drummond, publicou um vídeo direto da Cidade do Samba reforçando a necessidade de cautela. Ele garantiu que não existem barracões vazios, mas que o Carnaval cresceu e as escolas já ocupam todos os espaços disponíveis — desmontando rumores de facilidades para ampliação sem investimento.
Drummond lembrou ainda que qualquer mudança no regulamento exige planejamento e recursos reais, sob pena de gerar “um desfile maior em quantidade, mas menor em qualidade artística”. Para embasar, citou dados robustos: em 2025, o Carnaval movimentou R$ 5 bilhões na economia do Rio, alcançou 99% de ocupação na rede hoteleira e vendeu ingressos para 160 países. E cravou: “Carnaval não é gasto, é investimento”, defendendo que a festa precisa ser tratada com seriedade e que também é hora de dar dignidade às escolas de acesso e à Intendente Magalhães.
Exclusivo: Dionísio reafirma democratização da Sapucaí
Na tarde desta segunda-feira (25), em conversa exclusiva com a Coluna Andrei Lara, no Jornal O Dia, o deputado estadual Dionísio Lins manteve seu tom firme. E disparou:
“Não abro mão de uma vírgula sequer sobre os próximos desfiles da Marquês de Sapucaí serem realizados com 15 escolas. Dizer que os barracões que estão vazios são ocupados para guardar material das agremiações é, no mínimo, imprudente. Volto a dizer: não tenho dúvida nenhuma de que o Carnaval do Rio de Janeiro pode comportar 15 escolas desfilando nos três dias de desfile. Agora, como o porta-voz da Liesa disse que o diálogo está aberto, então vamos dialogar”, falou com exclusividade à Coluna Andrei Lara, no Jornal O Dia.
O deputado também apresentou à coluna os valores da subvenção no Carnaval do Rio, detalhando cada série e liga:
• Superliga – Série Ouro: R$ 91.363,88 (prefeitura) + R$ 31.818,18 (estado) = R$ 123.182,06 por escola.
• Superliga – Série Prata: R$ 229.892,92 (prefeitura) + R$ 93.333,33 (estado) = R$ 323.226,25 por escola.
• Liga RJ – Série Ouro: R$ 900.000 (prefeitura) + R$ 875.000 (estado) = R$ 1.612.500,00 por escola.
• Liesa – Grupo Especial: R$ 2.150.000,00 (prefeitura) + R$ 3.333.333,33 (estado), além de patrocínios, TV, ingressos e camarotes.
Além disso, Dionísio anunciou que nesta terça-feira (26) apresentará na Alerj um Projeto de Lei para reconhecer como Patrimônio Cultural Imaterial a Liesa, a Liga RJ e a Superliga, consolidando a importância dessas entidades para a cultura carioca.
Bastidores em ebulição
Gabriel David endureceu ao exigir na semana passada R$ 40 milhões e três novos barracões. João Drummond reforçou que não existe espaço vazio e pediu seriedade. Dionísio Lins, por sua vez, mostrou que já articula com as principais lideranças políticas do Rio e de Brasília, garantindo respaldo para sua pauta.
O enredo rumo a 2026
A disputa sobre o número de escolas no Grupo Especial não é apenas técnica: é política, cultural e econômica. Gabriel fala em estrutura, Drummond alerta para a responsabilidade e Dionísio invoca a democratização.
Até 2026, cada movimento promete novos capítulos dessa novela carnavalesca. E a Coluna Andrei Lara acompanha os detalhes dessa guerra que promete incendiar a Sapucaí.

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