Aristóteles DrummondAristóteles Drummond
O país tomou conhecimento do agravamento nas últimas semanas dos problemas geológicos em Maceió, onde houve durante muitos anos a exploração de sal-gema em profundidade. Problema antigo que levou a Braskem em 2019 a parar suas atividades ali.
A Braskem, maior petroquímica brasileira, é uma associação do Grupo Odebrecht com a Petrobras. A venda do controle da empresa pelo Grupo Odebrecht está sendo tratada como necessária para abrir uma nova fase nas atividades do grupo. Convém lembrar que a empresa de engenharia foi das maiores do Brasil e presente com sucesso no exterior em mais de 20 países, inclusive no competitivo mercado americano.
Norberto Odebrecht, seu fundador, foi dos mais respeitados e admirados empresários de seu tempo. O filho Emílio deu dimensão tal que chegou a empregar mais cem mil brasileiros em múltiplas atividades.
Quando se fala em Lava-Jato, as empresas, maioria empreiteiras, surgem como vilãs quando, na verdade, foram vítimas. Afinal, não se trata de um cartel corruptor, formado pelas maiores empresas, responsáveis por grandes obras, como Itaipu, Tucuruí, Ponte Rio-Niterói, aeroportos, estradas e ferrovias naqueles anos em que o Brasil deixou de ser a 46ª economia para ser a 8ª. As empresas, na verdade, foram extorquidas e os punidos deveriam ser os mentores do monumental achaque e não igualados as suas vítimas. Naqueles anos não existia mensalão nem petrólão.
Vivemos um tempo de hipocrisia, de inversão de valores, de narrativas de fundo ideológico. O desmonte do maior conjunto de grandes empresas de engenharia do mundo, presença brasileira no setor de óleo e gás, teve e tem claros objetivos ideológicos. Problemas geológicos, rompimento de barragens, vazamentos, poluição fazem parte dos riscos, mesmo com os cuidados exigidos pela legislação.
A Braskem publicou uma nota bem explicativa. Não repercutiu como devia, pois existe um vazio de lideranças empresariais no Brasil. Pouco se fala do que já indemnizou, que a exploração na área começou com estatal, que a Braskem tem a Petrobras como acionista presente na sua gestão.
A defesa desta escalada ousada das esquerdas tem sido imensamente prejudicada pelos cuidados de não ser confundida com qualquer ligação com o ex-presidente Bolsonaro, figura menor dentro do contexto nacional, embora ainda empolgue alguns setores da sociedade.
Mas parece já ser hora de se reagir a essa ofensiva que pode ganhar força nas dificuldades inevitáveis da economia diante da gastança, do ambiente hostil ao investimento, com naturais reflexos sociais. Mais uma vez, o setor privado da economia será vítima e não autor do retrocesso. O que se passa na Venezuela e Nicarágua evidencia não ser este o modelo a ser seguido.
Sem empresas fortes, com qualidade e produtividade, o Brasil terá dificuldades para crescer e melhorar a vida do povo. E grupos como o fundado por Norberto Odebrecht são indispensáveis.
Não pode haver democracia com economia desorganizada. E sem segurança jurídica.
A Braskem, maior petroquímica brasileira, é uma associação do Grupo Odebrecht com a Petrobras. A venda do controle da empresa pelo Grupo Odebrecht está sendo tratada como necessária para abrir uma nova fase nas atividades do grupo. Convém lembrar que a empresa de engenharia foi das maiores do Brasil e presente com sucesso no exterior em mais de 20 países, inclusive no competitivo mercado americano.
Norberto Odebrecht, seu fundador, foi dos mais respeitados e admirados empresários de seu tempo. O filho Emílio deu dimensão tal que chegou a empregar mais cem mil brasileiros em múltiplas atividades.
Quando se fala em Lava-Jato, as empresas, maioria empreiteiras, surgem como vilãs quando, na verdade, foram vítimas. Afinal, não se trata de um cartel corruptor, formado pelas maiores empresas, responsáveis por grandes obras, como Itaipu, Tucuruí, Ponte Rio-Niterói, aeroportos, estradas e ferrovias naqueles anos em que o Brasil deixou de ser a 46ª economia para ser a 8ª. As empresas, na verdade, foram extorquidas e os punidos deveriam ser os mentores do monumental achaque e não igualados as suas vítimas. Naqueles anos não existia mensalão nem petrólão.
Vivemos um tempo de hipocrisia, de inversão de valores, de narrativas de fundo ideológico. O desmonte do maior conjunto de grandes empresas de engenharia do mundo, presença brasileira no setor de óleo e gás, teve e tem claros objetivos ideológicos. Problemas geológicos, rompimento de barragens, vazamentos, poluição fazem parte dos riscos, mesmo com os cuidados exigidos pela legislação.
A Braskem publicou uma nota bem explicativa. Não repercutiu como devia, pois existe um vazio de lideranças empresariais no Brasil. Pouco se fala do que já indemnizou, que a exploração na área começou com estatal, que a Braskem tem a Petrobras como acionista presente na sua gestão.
A defesa desta escalada ousada das esquerdas tem sido imensamente prejudicada pelos cuidados de não ser confundida com qualquer ligação com o ex-presidente Bolsonaro, figura menor dentro do contexto nacional, embora ainda empolgue alguns setores da sociedade.
Mas parece já ser hora de se reagir a essa ofensiva que pode ganhar força nas dificuldades inevitáveis da economia diante da gastança, do ambiente hostil ao investimento, com naturais reflexos sociais. Mais uma vez, o setor privado da economia será vítima e não autor do retrocesso. O que se passa na Venezuela e Nicarágua evidencia não ser este o modelo a ser seguido.
Sem empresas fortes, com qualidade e produtividade, o Brasil terá dificuldades para crescer e melhorar a vida do povo. E grupos como o fundado por Norberto Odebrecht são indispensáveis.
Não pode haver democracia com economia desorganizada. E sem segurança jurídica.
* Aristóteles Drummond é jornalista
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