Aristóteles DrummondAristóteles Drummond

O ano pode trazer problemas muito maiores do que as guerras com uma crise econômica global e de difícil solução.
A maioria das 20 maiores economias está mergulhada em dívidas que rondam o PIB das nações. Dívidas técnicas e realisticamente impagáveis, agravadas com os juros altos.
A solução natural seria o crescimento econômico, mas que está cada vez mais difícil com gastos improdutivos e serviços públicos sobrecarregados como na Europa, que sofre uma silenciosa e perigosa invasão de refugiados da violência na África e Oriente. Os governos gastam demais e investem pouco na qualidade e produtividade, na educação e na saúde. Privatizar deveria ser palavra de ordem comum, no entanto, as estatais sobrevivem prestando serviços de má qualidade. Mas pagam salários acima do setor privado.
Países como Turquia e mesmo os maiores endividados, como os líderes EUA e China, podem comprometer o sistema bancário. O Brasil tem uma dívida interna e externa chegando aos 90% do PIB e este ano vai crescer mais.
O mundo pede uma lei de responsabilidade fiscal global, mas a realidade vai na direção contrária. Quem pode acreditar no equilíbrio de nossas contas? E a qualidade dos gestores públicos?
Mais do que reuniões políticas, o momento pede uma reflexão de sábios para incutir juízo nos governos. E uso de instrumentos eficientes para reformar controlando a violência urbana e sindical.
Não podemos alimentar ilusões. Muito menos confundir o que desejamos com o que pode acontecer. Sem atrair investimentos produtivos, a crise é inevitável. E a gastança eleitoreira pode custar caro. No Brasil, vivemos uma queda de braço dentro do governo. O ministro Haddad é responsável, mas contestado pela ala radical do PT e até por declarações do próprio presidente Lula. Esta calmaria pode não durar o ano todo.
O ano tem eleições não apenas no Brasil, mas também nos EUA, com reflexos no mundo.
O que se passa na Argentina pode até não dar certo, mas a direção é correta e realista. Milei precisará usar a força para impor a ordem. E encontrar uma solução para interferências do Judiciário e do Congresso.
Aristóteles Drummond
Jornalista